Belo Horizonte tem, atualmente, mais de 1 mil semáforos espalhados pela cidade. Mas você sabia que o primeiro deles foi instalado há 92 anos e funciona até hoje, no mesmo lugar? Lá está ele: entre a Praça da Liberdade e a Avenida João Pinheiro, na Região Centro-Sul de BH.
Em julho de 1929, quando o semáforo foi colocado lá, aquele era um ponto onde circulavam muitos carros, porque o meio da praça – onde ficam as palmeiras imperiais – era uma rua aberta.
Chamado de “pisca-pisca” na época da instalação, o dispositivo charmoso leva as cores verde e preto e tem quatro lados, mas as luzes funcionam em apenas duas direções, dividindo a tarefa de sinalizar o trânsito com sinaleiros mais altos e modernos.
Em 2010, o farol passou por manutenção e voltou ao local dois anos depois. Hoje, ele faz parte do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça da Liberdade.
Sobre a Praça da Liberdade
Tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha/MG) desde 1977, a Praça da Liberdade sempre foi marco estratégico no município. Ao projetar a nova capital, a comissão construtora chefiada pelo engenheiro Aarão Reis não respeitou a topografia da região.
Belo Horizonte foi inaugurada oito anos depois da Proclamação da República e tem características que a contrapõem a Ouro Preto, a antiga capital de Minas, onde as igrejas dominam a paisagem e as irmandades tinham papel importante.
Em BH, ocorreu o contrário, e o Palácio da Liberdade, que tem a praça à frente, ficou em lugar mais alto do que a Catedral da Boa Viagem. Era o símbolo republicano, e só muito depois, na década de 1930, é que o Palácio Cristo Rei, da Cúria, foi erguido ao lado.
De política à cultura
Além de ter grande visibilidade, é um lugar charmoso e síntese de vários estilos arquitetônicos, como os prédios das antigas secretarias de Fazenda, Educação e Obras e Vias Públicas, da época da construção; ou o Edifício Niemeyer e a Biblioteca Pública, projetados pelo arquiteto modernista Oscar Niemeyer (1906-2012). Da lavra contemporânea, pontifica o Rainha da Sucata, da década de 1980, do arquiteto Éolo Maia (1942-2002).
Em 2010, a sede do governo estadual e as secretarias se transferiram para a Cidade Administrativa, no Bairro Serra Verde, em Venda Nova, e entrou em cena o Circuito Cultural da Praça da Liberdade, considerado o maior complexo nesse segmento do país.
O circuito é composto por 14 instituições, dentre museus, centros de cultura e de formação, que mapeiam diferentes aspectos do universo cultural e artístico e é gerido Iepha/MG desde 2015.
(Com informações de Gustavo Werneck)
(Com informações de Gustavo Werneck)