Os belo-horizontinos aguardam com expectativa o fim do expediente desta sexta-feira. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março do ano passado, moradores da cidade aguardam a retomada dos horários dos bares. Os proprietários de donos de bares e restaurantes também estão ansiosos e comemoram a nova decisão da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), mas reclamam da falta de ônibus para ampliar o horário.
Leia Mais
Bares e restaurantes de BH vão voltar a funcionar sem restrição de horário Prefeitura de BH publica novas regras que liberam bares e outros espaçosBH autoriza ampliação de público no setor de bares, restaurantes e serviçoscoronavirusbhCom bares sem horário limitado em BH, Alberto Cintra tem sexta movimentadaEUA reabrirão fronteiras para estrangeiros vacinados a partir de 8/11A partir da publicação, bares, restaurantes e o comércio de alimentos em geral voltam a funcionar sem restrições de horário. Pelo protocolo vigente, os estabelecimentos só poderiam ficar abertos entre 5h e 1h.
''Toda notícia boa é sempre bem-vinda. Primeiro, a liberação é sinal de que a vacinação está avançando e, consequentemente, menos pessoas estão adoecendo e morrendo. Só isso já é motivo de comemoração'', disse André Gasbarro de Paula, um dos sócios do Cantin Bar, no Bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte.
O comerciante vê o fim da restrição uma oportunidade de recuperar o fôlego, utilizando a flexibilização de acordo com seu público. Nesta sexta, o funcionamento ainda deve ser até 1h. ''Mas vai depender muito dos clientes, aqui quem estabelece a hora de ir embora ou é a restrição quando há ou é o cliente'', contou.
Rond Gaspar é dono do Bar 80, que fica na Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, e também comemorou a decisão. ''Vejo a medida com bons olhos. Com a evolução da vacinação como está acontecendo na nossa cidade, não vai fazer diferença ficar até 1h ou 3h. Mas é o momento de continuar mantendo cuidado'', disse. Nesta madrugada, o bar deve funcionar até 2h.
Thales Eduardo Barbosa é proprietário do Bar Ideal, também no Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte. Apesar de comemorar a novidade, ele disse que o estabelecimento já funcionava normalmente até 1h. ''Agora, vamos fechar com mais calma. Ganho tranquilidade com o novo decreto'', contou.
É um consenso entre os donos e gerentes de bares e restaurantes que o movimento está voltando aos poucos, mas ainda não retomaram aos patamares de antes da pandemia da COVID-19. ''Estamos enfrentando uma crise econômica muito grande, com aumentos de preços quase diários, o que retrai muito a retomada. Mas, felizmente, em função da excelente qualidade da nossa comida e da nossa sempre gelada cerveja, não podemos reclamar. Aliás, só agradecer aos clientes que sempre nos prestigiam'', comentou André.
Falta de ônibus prejudica ampliação do horário
Donos de bares e restaurantes reclamam que a ampliação dos horários de funcionamento dos estabelecimentos não foram acompanhadas pelo aumento dos horários das linhas de ônibus.
O Bolão, que fica no Santa Tereza, na Região Leste de Belo Horizonte, é um dos restaurantes tradicionais para comer um bom macarrão na madrugada. No entanto, Carlos Henrique Rocha - um dos sócios-proprietário do restaurante - avisa: ''Não é possível retomar o horário sem ônibus para os fucionários''.
''A vontade é enorme de funcionar a madrugada toda, mas dependemos agora do transporte. Defendo o transporte público. Se não, não tem como o pessoal voltar pra casa. O Uber está caro. A gente espera que até semana que vem o problema do transporte coletivo seja solucinado'', disse. Na madrugada deste sábado, O Bolão ficará aberto até a 1h.
Thales Eduardo contou que, mesmo encerrando as atividades a 1h, perdeu dois funcionários no último mês por conta do transporte coletivo. ''Estou perdendo funcionário por conta disso. Tinha funcionário que saía do bar a 1h, mas só conseguia chegar em casa às 8h da manhã por falta de ônibus. E pegar Uber não compensa para eles'', relatou.
O problema também foi exposto por João Antônio Pimenta Junior, proprietário do Bar do João, que fica na Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. ''Não adianta liberar e não ter ônibus. O funcionário precisa ir embora do trabalho. Pago a um dos funcionários R$ 24 por dia de ônibus. Imagina o valor de um Uber?'', questionou. Sendo assim, João vai manter o bar aberto até 1h.
O Estado de Minas entrou em contato com a Prefeitura de Belo Horizonte e com a BHTrans e aguarda um retorno.
Leia mais sobre a COVID-19
- Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil e suas diferenças
- Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
- Entenda as regras de proteção contra as novas cepas
- Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
- Os protocolos para a volta às aulas em BH
- Pandemia, epidemia e endemia. Entenda a diferença
- Quais os sintomas do coronavírus?