-->-->-->-->
Uma bicicleta, máscara, óculos, capacete, luvas, mochila e sacos plásticos. Esse é o inventário carregado pelo ciclista Haroldo Kennedy, de 56 anos, toda vez que sai de casa, no Bairro Sagrada Família (Leste de BH), para pedalar na Praça da Liberdade – e também recolher o resíduo de quem finge não ver as latas de lixo do cartão-postal de Belo Horizonte.
Leia Mais
Palácio da Liberdade é reaberto, com espetáculo à parte no jardim da praçaBH: prédio da Biblioteca Pública, na Praça da Liberdade, será reformadoPandemia deixa Praça da Liberdade irreconhecível na véspera de Natal BH: Lixos eletroeletrônicos e eletrodomésticos serão coletados esta semanaMontanha de lixo com '18 andares de altura' garante sobrevivência de pobres
Haroldo Kennedy pedala há três anos. Durante a pandemia, não pôde se dedicar ao esporte para garantir o respeito ao distanciamento social. Ganhou cinco quilos, que tenta perder agora, queimando calorias durante o recolhimento do lixo e o pedalar.
A ideia de recolher o lixo da Liberdade começou três semanas atrás, quando Haroldo saiu de férias e visitou o local. Durante as pedaladas, percebeu a sujeira e decidiu unir o útil ao agradável: os alongamentos são feitos enquanto ele “abastece” os sacos plásticos.
Segundo ele, o tempo gasto para limpar todo o cartão-postal gira em torno de três horas, tamanho o volume de resíduos.
“Muita gente vem para tirar foto, mas precisa dividir espaço com o lixo. Peço às pessoas para ter um pouco mais de cuidado. É um símbolo de Belo Horizonte”, diz.
O lixo recolhido da Praça da Liberdade vai para os baús de resíduos da própria prefeitura.