
Iniciadas logo após a consulta pública feita em julho e que serviu de base para o detalhamento do projeto, as obras de qualificação da ciclovia de 7,1 quilômetros de extensão entre a Rua Garoupas e o Clube Belo Horizonte, na orla da Lagoa da Pampulha, são vistas como chave para elevar a segurança e até mesmo para aumentar o prazer de quem gosta de pedalar na região e, de quebra, beneficiar também os pedestres.
Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, o projeto inclui a execução de travessias elevadas em todas as interseções e locais de atratividade do trecho. O objetivo das obras é promover o conforto e a segurança dos pedestres, em especial, aqueles com mobilidade reduzida. Também está prevista a readequação de toda a microdrenagem, isto é, melhorias do escoamento das águas pluviais, novas sinalizações verticais (placas) e horizontais (pinturas no solo).
Cláudio Cheib, servidor público de 54 anos, morador do Bairro Braúnas, é praticante do ciclismo há mais de 20 anos por lazer, e diariamente utiliza a orla da lagoa para pedalar e aposta nas faixas para aumentar a segurança de quem está nas bikes e dos pedestres no local, lembrando que o fluxo é intenso, principalmente nos fins de semana. Para ele, a requalificação da ciclovias é mais um ponto na segurança geral na Pampulha, que considera decorrente da mobilização da população. “Iluminaram a orla toda. Hoje a segurança, com presença não só da Guarda Civil, como da polícia, é enorme na Orla da Lagoa. Você sempre se depara com pessoas fazendo atividade física”, observa.

No momento, os serviços estão sendo executados em três trechos da Avenida Otacílio Negrão de Lima, com monitoramento e sinalização para motoristas e pedestres. São eles: entre a Rua das Garoupas e a Avenida Dom Pedro I; entre a Av. Dom Pedro I e a Alameda dos Flamboyants; e entre a Alameda dos Flamboyants e o Clube Belo Horizonte.
Fernanda Santos Reis da Cruz, produtora de vídeos, de 29, moradora de Santa Luzia e que se locomove até a orla da lagoa para a prática do esporte, diz que costumava pedalar apenas nos fins de semana, mas que agora pretende usar a bike diariamente. Ela diz que encontrou no ciclismo uma forma de associar o lazer à atividade física. Para Fernanda, as obras vão acabar com a disputa entre bicicletas e carros na região, reduzir os riscos e aumentar o prazer na prática do esporte. “Não sei se as obras vão atrair mais ciclistas. Mas acredito que as pessoas estão mais em casa e olham a bicicleta como uma alternativa mais prazerosa de exercício físico ao ar livre”. A ciclista defende a ampliação da iniciativa e sonha com a possibilidade de pedalar em segurança de sua casa, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte até a orla.
Apesar de não haver um levantamento para o número de ciclistas que utilizam a Orla da Pampulha, a PBH informa que o local é fundamental para os ciclistas da capital, seja para o uso do lazer aos finais de semana ou mesmo como transporte, pois se conecta a diversos bairros na região. *Estagiário sob supervisão da subeditora Rachel Botelho