Jornal Estado de Minas

GOLPE

Preso grupo suspeito de integrar quadrilha do 'golpe do emprego'

Quatro golpistas que se passavam por proprietários de uma empresa que oferecia empregos para menores aprendizes foram presos, nesta quinta-feira (28/10), por policiais da Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor (Decon), em Belo Horizonte. O número de vítimas deve chegar a 100 pessoas.





 

O golpe consistia em o interessado se inscrever e participar de um curso pago antecipadamente, porém, tão logo fosse feito o pagamento, o candidato recebia como resposta que não havia vaga e que ele teria de esperar, pois seria comunicado, mas o chamado nunca acontecia.

Nesta quinta-feira, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão decretados pela Justiça, sendo uma pessoa presa preventivamente, e outras três em flagrante.


“Durante a investigação, a Polícia Civil apurou que, desde 2017, os investigados vêm abrindo e fechando empresas, burlando as autoridades e ludibriando as vítimas, que chegam a mais de 100 pessoas”, destaca a delegada Danúbia Quadros, responsável pelos trabalhos.


Os mandados foram cumpridos em Nova Lima, na Região Metropolitana da capital, e em Belo Horizonte, onde os crimes aconteceram. Entre os presos estão dois homens e duas mulheres, sendo que três deles já tinham passagem pelo crime de estelionato.





Uma das suspeitas confessou, ao ser interrogada, que participou do esquema criminoso no início, mas que teria deixado em meados de setembro deste ano.


As investigações apontaram que os suspeitos abriram, aproximadamente, sete empresas nesse período, sendo a última no Bairro Prado, na casa onde foram feitas as buscas nesta quinta. Na residência do casal suspeito foram encontrados e apreendidos documentos referentes às empresas anteriores.

O golpe

As primeiras averiguações foram feitas em fevereiro deste ano, quando um advogado, representante de um dos menores, procurou a polícia para fazer a denúncia. O advogado apontou que os estelionatários obtinham o contato telefônico de potenciais vítimas a partir de outros sites que ofereciam vagas de emprego para menores. Os representantes legais eram contatados por telefone e recebiam a falsa promessa, geralmente pagando entre R$ 1 mil a R$ 2 mil pelos cursos de capacitação.


O delegado Eric Brandão, chefe da Divisão de Fraudes, destaca o potencial lesivo dos golpes. “Estamos em um momento de desemprego e estelionatários se aproveitam da vulnerabilidade dessas pessoas, que sonham com um primeiro emprego, às vezes, as colocando em situações muito precárias”.





Segundo ele, é preciso ficar atento a ofertas de emprego como essas. “É incomum que uma vaga garantida de emprego seja oferecida por telefone. Portanto, em caso de suspeita, deve-se buscar informações sobre a procedência daquela empresa e desconfiar das condições impostas”, completa.


O delegado Eric Brandão ressalta que se houverem outras vítimas do golpe, estes devem procurar a Decon, na Rua Martim de Carvalho, 94, térreo, Bairro Santo Agostinho, em BH, para registrar a queixa.


“Conforme determinação legal, o crime de estelionato é de ação pública condicionada à representação da vítima para início da investigação”, esclarece Danúbia Quadros. As investigações prosseguem para apurar a participação de outros envolvidos.


 

audima