A obra recebeu o nome de "Somewhere" e "busca dar um pouco de cor para a vida das pessoas, nesta época cinza de distopias, crises e pandemia", de acordo com a descrição feita pelos organizadores do projeto. O título da instalação se refere ao início da música "Over the raibow", que fala de um lugar utópico, além do arco-íris, onde os sonhos se tornam realidade e as pessoas são felizes. As mesmas cores remetem também à comunidade LGBTQIA+, que luta por respeito e igualdade de direitos na sociedade.
A produtora e curadora artística da obra, Tássia Junqueira conta que, a princípio, a instalação seria feita na Serra do Curral. Mas, acabou se transferindo para o viaduto. “O conceito da obra era trazer cores para os dias cinzas pós-pandemia. Tudo o que estamos passando no país é muito difícil. Essa obra é uma homenagem para minha mãe, que faleceu, infelizmente, ano passado, em função da COVID. Por isso, essa obra tem um valor muito especial para mim.
Tássia explica que participar do festival foi importante para ela, já que era uma forma de trazer alegria para sua própria vida, neste momento de dor pela perda da mãe, Gláucia Junqueira. “Essa coisa de trazer cores para os dias cinzas das pessoas valeu para os meus, inclusive.”
Ela conta que quase perdeu o pai para a doença também. “Mas, hoje, ele veio celebrar comigo. Estou muito feliz, ela era uma pessoa que sempre me apoiou muito nos meus projetos artísticos. Ela foi a principal motivação para eu ter força. Encontrei força na minha dor para fazer acontecer, mesmo diante de todos os contratempos neste ano de pandemia.”
Para Tássia ver a iluminação pronta é um sonho realizado. “É como essa sensação que o arco íris traz. O arco-íris é a junção do sol com a chuva. Filosoficamente, é bem esse mix de sentimentos que estamos sentindo por dentro. Que possamos deixar molhar, aquecer e colorir nossos dias cinzas de diversas maneiras, transformando tudo isso em um belo arco-íris.”