De onde vieram as armas do arsenal do grupo criminoso do novo cangaço que foi flagrado em Varginha, ação da PMMG e PRF, que resultou na morte de 26 bandidos. A pergunta está sendo feita à Polícias Federal e Polícia Civil, que deverão investigar o caso e a procedência do armamento, em grande parte, de uso exclusivo das forças armadas. Tais armas não são vendidas no comércio de armas aberto ao público.
Segundo o tenente-coronel Flávio Santiago, chefe da assessoria de imprensa da PM, o arsenal é "de guerra". "A quadrilha possuía um verdadeiro arsenal de guerra, sendo apreendidos fuzis, metralhadoras .50, explosivos e coletes à prova de balas, além de vários veículos roubados. Foram arrecadados ainda diversos "miguelitos" (objetos perfurantes feitos com pregos retorcidos usados para furar os pneus). Ela tem uma munição antitanque de alta energia."
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Arsenal de quadrilha morta em operação no Sul de Minas é de guerra, diz PM
Sabe-se que no Brasil, o desvio de armas e munições dos quartéis das polícias e do Exército para facções criminosas, clubes de tiro e milícias virou rotina.
São muitos os casos. O último deles ocorreu na Vila Militar de Deodoro, no Rio de Janeiro, em janeiro deste ano. Além disso, há casos de soldados e mesmo policiais, como um sargento baiano, de 52 anos, flagrado com três armas exclusivas das forças armadas, que seria repassado a traficantes. Ele foi preso em flagrante, em maio do ano passado, em Salvador.
Em maio de 2019, um tenente do Exército e sua mulher foram presos em flagrante por desvio de armas. Existem pelo menos 15 registros de roubos de armas em quartéis, o último deles, em 22 de setembro último, quando descobriu-se o desvio de 20 fuzis no quartel da Serrinha, também na Bahia.
Existe também a hipótese de que as armas tenham sido contrabandeadas, ou seja, traficantes de armas também estão na mira das polícias que investigam o caso.