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Estado de Minas NOVO CANGAÇO

Legistas trabalham para identificar os 26 corpos dos mortos em Varginha

Profissionais começaram a trabalhar às 20h de domingo (31/10) e pararam apenas por 40 minutos para descansar


01/11/2021 12:10 - atualizado 01/11/2021 12:30

Tatiana Telles, José Roberto de Rezende Costa, Marcelo Mari e Juliana Altavilla
Tatiana Telles, José Roberto de Rezende Costa, Marcelo Mari e Juliana Altavilla explicaram como está sendo feito o trabalho de identificação no IML (foto: PCMG)
Um trabalho cansativo, que teve início às 20h de domingo (31/10) e que continuará até que o último dos 26 corpos dos integrantes do grupo do novo cangaço, em Varginha, seja identificado. Essa é a vida dos profissionais do Instituto Médico Legal de Belo Horizonte (IML), no Bairro Nova Gameleira, na zona oeste da cidade. Ainda não há prazo para que os trabalhos sejam concluídos.


Segundo o médico legista Marcelo Mari, chefe da perícia do IML, os trabalhos de identificação tiveram início às 20h de domingo. “Trabalhamos incessantemente até as 6h20 desta segunda (1º/11), quando demos uma parada para um café, e retornamos às 7h. Só vamos parar quando terminarmos o último corpo”, disse o profissional, em entrevista coletiva, na manhã desta segunda-feira.

Segundo o assessor da direção do IML, José Roberto Rezende Costa, no total, 200 pessoas estão convocadas para os trabalhos de identificação. "De imediato, quando tomamos conhecimento do caso, foram convocados 50 profissionais, que vieram imediatamente para o IML. Outros 150 foram colocados de sobreaviso", explicou. No trabalho direto de identificação participam 10 legistas, sendo um radiologista, e cinco peritos.

São diversas as funções dos convocados, segundo ele. "Temos aqui 10 médicos legistas e cinco peritos. Mas além deles, participam dos trabalhos papiloscopistas, investigadores, escrivães, trabalhadores do serviço social, dos serviços gerais e da administração. Todos estão envolvidos nesse trabalho de identificação."

Marcelo Mari explica que os trabalhos são feitos a partir da coleta de sangue e material de cada corpo. "A partir do exame de DNA, o resultado é inserido num banco nacional de dados, que dispõe de informações de criminosos de todo o país. A partir do sangue e da pele, temos o perfil genético de cada corpo."

Tatiana Teles, Secretária Executiva da Secretaria de Justiça de Minas Gerais, explica como funciona o processo de tentativa de identificação. "Nesse banco nacional de dados estão inseridos dados de todos os crimes ocorridos no país, onde tenham sido encontrados vestígios que permitam detectar o DNA. Isso permite que encontremos o que chamamos de dados coincidentes, e assim, chegar à identificação."

Como identificar


Existem, hoje, quatro métodos, segundo o Marcelo Mari, que possibilitam a identificação. São as técnicas de papiloscopia, que permite a identificação através das impressões digitais. O segundo método é o da arcada dentária, no qual é feita a identificação pela mordida. Nesse caso, no entanto, o IML depende de um dentista que tinha aquela pessoa como paciente.

O terceiro método é conhecido por Antropologia Forense, quando se reúnem particularidades dos corpos, tais como tatuagem, prótese, cirurgias e deformidades ósseas. O quarto método é o exame de DNA, que é o mais usado atualmente.

Informações


Nas últimas 36 horas, o IML recebeu uma série de telefonemas de pessoas de São Paulo, Brasília, Triângulo Mineiro, Goiás e Rondônia, solicitando informações sobre os corpos dos mortos na operação em Varginha.

Isso leva as polícias Federal e Civil a suspeitar que os 26 mortos possam ser identificados a partir dessas consultas. Os números ficam gravados e, assim, poderão chegar aos que procuravam informações, o que pode ajudar na identificação de corpos.

A Polícia Civil trabalha, também, com alguns documentos encontrados nos dois sítios onde aconteceram os tiroteios e os criminosos foram mortos. A suspeita maior é que os documentos sejam falsos, mas há a possibilidade de que um ou outro sejam verdadeiros.

São fortes os indícios de que os 26 mortos estejam, também, envolvidos nos crimes do novo cangaço em Araçatuba (SP), Criciúma (SC) e Uberaba.

Pedidos


José Roberto faz ainda uma solicitação, pedindo ajuda de pessoas que possam reconhecer os mortos. "Precisamos que nos enviem, ou tragam ao IML, fotos de seus entes e, se possível, que mostrem os dentes, ou mesmo que se disponham a prestar depoimento." O IML fica na na Rua Nicias Continentino, 1.291, Bairro Nova Gameleira, zona oeste de Belo Horizonte.


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