O artista indígena Jaider Esbell, de 41 anos, morreu nesta terça (2/11). Nascido em Roraima, ele integrou o Circuito Urbano de Arte (Cura) de BH e foi encontrado morto dentro do seu apartamento, em São Paulo. As causas são desconhecidas.
"O Jaider era um dos maiores artistas da atualidade. Para além do rótulo de ser indígena, ele era genial. Um artista contemporâneo incrível. Tivemos o lançamento, no Cura, de uma série de obras dele, as 'Entidades'. Resolvemos fazer os infláveis e deu super certo. Foi até para a Bienal (de São Paulo)", afirma Priscila Amoni, curadora e idealizadora do Cura.
“Antes disso, ele já era incrível. Ele lançou a primeira galeria de arte indígena do Brasil. A arte dele, muito além de feita, era vivida”, completa Priscila.
As "Entidades", obras de Jaider em BH, passaram pelo Hipercentro da capital mineira e pelo Bairro Lagoinha, na Região Noroeste da cidade, em setembro do ano passado.
Eram 18 obras infláveis de 1,5 metro de diâmetro e 40 de comprimento, que compunham uma coleção de arte mural.
Elas faziam alusão à Floresta Amazônica, por meio de figuras como a "Cobra Grande", a "avó universal", que passou pelos arcos do Viaduto Santa Tereza.
Jader nasceu em Normandia, na porção Norte do estado de Roraima, em 1979. Ele era ativista dos macuxis e filho adotivo de Vovó Bernaldina, indígena macuxi morta pela COVID-19.