Alertar para a má conservação dos corpos d'água do país. Este é o objetivo de um jogo ecológico, criado por cinco amigos e que tem como plano de fundo, a devastação do bioma do Rio Doce, causada pelo desastre do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central do estado.
"Rio de Lama: O Resgate do Rio Doce", viabilizado com recursos da Lei Aldir Blanc, está disponível para celulares Android, e computadores Windows, Linux e Mac. O jogo também está disponível na versão em inglês: “Mud River: The Sweey River Rescue”.
Segundo Mattar, o jogo retrata não só a realidade do Rio Doce: “A mensagem que queremos transmitir com o jogo é de todos os rios do planeta, que sofrem pela má conduta de pessoas e empresas que se utilizam do meio ambiente de maneira irresponsável, necessitam de nosso cuidado e de nosso respeito”, enfatiza.
O trabalho teve ainda o suporte de Ana Clara Gouvêa Calmon como designer gráfico, Huemerson Leal Cota como Ilustrador e efeitos especiais, trilha sonora de Fernando Boechat, e Raphael Gaspar como autor do enredo, redator e produtor executivo.
"O projeto se propõe de uma forma indireta e ficcional, utilizando dos acontecimentos reais como inspiração para o contexto geral do universo do game."
Felipe Mattar
Dinâmica do jogo
Há milhares de anos, "Pacal, o grande" abandonou o Planeta Terra com a sua espaçonave para fugir de um dilúvio. Ele volta para cá em busca de artefatos preciosos que ficaram escondidos na América: "Acontece que antigos templos sagrados se transformaram em hostis indústrias poluidoras comandadas pelo ambicioso e de poder absoluto, Dr. Welin", conta Felipe Mattar.
Em “Rio de Lama: O Resgate do Rio Doce”, o jogador controla uma nave espacial com objetivo de destruir os inimigos em fases que precisam ser desbloqueadas. A missão contará com duas armas principais com munição infinita e mais três armas secundárias que podem ser usadas com a quantidade de esferas de energia que o jogador conseguir coletar.
Para baixar o jogo:
Relembre o desastre
No dia 5 de novembro de 2015, uma barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em Mariana, se rompeu, destruído o distrito de Bento Rodrigues e matando 19 pessoas. Mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos atingiram o rio Gualaxo do Norte, em Mariana, e desaguaram no rio Doce. Com de 853 km de extensão, cerca de 600 km das mais importantes bacias hidrográficas do país que incorpora 184 municípios foram atingidos pela lama. Em seguida, os rejeitos seguiram até a foz, no mar de Regência, no litoral do Espírito Santo.
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Recentemente, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) estimou conduzir a repactuação do acordo de reparação pela tragédia de Mariana para o fechamento de um pacto semelhante ao de Brumadinho. A expectativa é de que o documento seja ratificado em fevereiro de 2022.
Em 2019, o crime de homicídio foi retirado do processo e as mortes provocadas pelo rompimento da barragem foram consideradas pela Justiça como consequência da inundação causada pelo rompimento da barragem de Fundão. Cerca 210 famílias ainda aguardam a conclusão das obras do novo Bento Rodrigues.