O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) designou, nesta quarta-feira (3/11), uma comissão para acompanhar os trabalhos de investigação da operação policial deflagrada nesse domingo (31/10) contra uma suposta quadrilha de assalto a bancos em Varginha, no Sul de Minas. A ação resultou na morte de 26 pessoas.
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Além dele, o grupo inclui o procurador André Estevão Ubaldino e a promotora Paula Ayres Lima, ambos do Gaeco-Central; além do promotor Francisco Assis, do Centro de Apoio aos Direitos Humanos e Controle Externo da Atividade Policial (CAODH).
"Procedimento padrão"
Serrano ressaltou que o inquérito instaurado para apurar a atuação da PM é um prodecimento de rotina após ações policiais que resultam em óbitos.
"Vale lembrar, e que fique muito bem destacado, em qualquer ação estatal que ocorra um óbito, que ocorra uma perda de uma vida, seja ela qual for, é instaurado uma investigação para apurar as circunstâncias daquele evento, isso é algo natural, o inquérito policial é sempre instaurado nesses casos e, ao final, ele vai ter a conclusão da legalidade ou ilegalidade eventualmente da ação estatal. É um procedimento comum", afirmou o procurador
Por meio de nota enviada na quinta-feira (4/11), o MPMG confirmou a instauração de um procedimento investigatório criminal sobre o caso, que deve correr em segredo de Justiça.
Por meio de nota enviada na quinta-feira (4/11), o MPMG confirmou a instauração de um procedimento investigatório criminal sobre o caso, que deve correr em segredo de Justiça.
A operação
A operação conduzida pela Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foi realizada nesse domingo (31/10), em Varginha. O objetivo era desmantelar uma suposta quadrilha de assalto a bancos altamente especializada e violenta, cujo modus operandi se assemelha ao fenômeno conhecido como "novo cangaço". Ou seja: ataques a pequenas cidades, uso de armamento pesado e tomada de reféns.
Segundo os policiais, houve dois confrontos, em duas chácaras. Na primeira, 18 criminosos foram mortos - supostamente, por atacar militares. Já na segunda, o saldo foi de oito óbitos. Com o grupo, os agentes encontraram um verdadeiro arsenal de guerra, com direito a explosivos e coletes a prova de balas. O material seria usado para atacar um centro de distribuição de valores do Banco do Brasil, em Varginha.
A capitão Layla Brunela, porta-voz da PM, definiu a ação como "a maior operação referente ao 'novo cangaço' no País".