Jornal Estado de Minas

OBRAS CONTRA ALAGAMENTOS

Mesmo em andamento, obra da Avenida Vilarinho resiste a tempestade


O mês de novembro começou com chuvas e Belo Horizonte já vê os efeitos das obras contra enchentes na capital mineira, antes mesmo de sua conclusão. O superintendente de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Henrique Castilho, diz que, mesmo com obras ainda em andamento, a Avenida Vilarinho, na Região de Venda Nova, se saiu bem no teste das fortes chuvas dos últimos dias. “Essas obras estão praticamente prontas e estão ajudando a conter o problema’’ afirmou em entrevista ao Estado de Minas. Somente nos três primeiros dias de novembro já choveu 65,6 milímetros (mm) em Venda Nova, 27% do esperado para o mês em Belo Horizonte – onde a média climatológica é de 239,8mm em novembro, segundo a Defesa Civil de BH. Apesar das chuvas fortes dos últimos dias, entretanto, não houve registros de alagamento, que são históricos na avenida.





Mas, ao que tudo indica, novos testes virão para a região, já que a previsão é de que as chuvas continuem. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a expectativa para hoje é de céu parcialmente nublado, com possibilidade de chuva isolada na capital mineira. Vale lembrar que, em outubro, a estação convencional de Belo Horizonte registrou 240 milímetros de chuva, volume 129,2% superior à média histórica para o mês, que é de 104,7mm.

“Temos três obras importantes em andamento na Avenida Vilarinho. A primeira etapa é do Marimbondo, iniciada em maio de 2019, com previsão de término no primeiro semestre de 2022, mas que já está em funcionamento. Essa bacia vai reter aproximadamente 30 milhões de litros de água. Já está ajudando bastante”, afirmou Castilho. A obra chamada Córrego do Nado – Lareira e Marimbondo passou no teste. Trata-se da primeira fase das intervenções de prevenção de enchentes em Venda Nova, que conta com obras para tratamento de fundo de vale e controle de cheias nos afluentes Córrego Marimbondo e Córrego Lareira, com construção de bacia de retenção do Córrego Lareira. O investimento foi de aproximadamente R$ 40 milhões, recursos repassados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com contrapartida do Fundo Municipal de Saneamento.

A segunda etapa de obras de prevenção de inundações na Avenida Vilarinho e Rua Doutor Álvaro Camargos conta com a implantação de uma estrutura hidráulica de captação dos escoamentos superficiais (caixa de captação) no emboque do Ribeirão Isidoro, localizado na Avenida Vilarinho com Rua Doutor Álvaro Camargos e Rua Maçom Ribeiro. A estrutura de captação, em forma de caixa, tem área aproximada de 2.500 metros quadrados (m²) e volume da ordem de 10 mil metros cúbicos (m³). ‘’Já está funcionando, estamos fazendo os últimos arremates. O pessoal se assusta quando enche. Mas tem que encher. Ela serve, justamente, para escoar a água que corre sobre a pista. Ali enchia bastante e agora a bacia retém essa água, que vai escoando naturalmente para o córrego”’, disse.





Ele afirma que, devido às últimas chuvas, o volume na estrutura chegou a, aproximadamente, 10 mil m³. ‘’Se ultrapassar, vai transbordar’’, afirmou. Nesses casos, ele explica que a BHTrans e a Defesa Civil fazem o trabalho de sinalização e acompanhamento do volume de água e, se for necessário, o fechamento do local e das imediações. O investimento nessa etapa foi de aproximadamente R$ 12,8 milhões.

O especialista explica que a terceira etapa são os chamados Grandes Reservatórios – Vilarinho que começaram a ser feitos em abril. São obras e serviços de otimização do sistema de macrodrenagem dos córregos Vilarinho, Nado e Ribeirão Isidoro para a implantação de dois reservatórios profundos – Vilarinho 2 e Nado 1 – e mitigação das inundações recorrentes na Avenida Vilarinho e Rua Dr. Álvaro Camargos.

O investimento previsto é de R$ 124 milhões, com recursos financiados pela Caixa Econômica Federal. O prazo de execução dessa obra é de 36 meses. De acordo com a Sudecap, os dois reservatórios subterrâneos têm capacidade de armazenamento de aproximadamente 115 milhões de litros d’água cada um, incluindo a laje de cobertura. “O problema da Vilarinho em geral está sendo resolvido. Estamos trabalhando para isso”, afirmou Castilho.





Limpeza

Ele também ressalta a importância das ações no período de seca, como a manutenção de bacias de detenção, limpeza de bocas de lobo e de vias, galerias, fundos de vales de córregos, entre outros. “Isso, além do trabalho preventivo de alerta e conscientização dos moradores das áreas de inundação da cidade’’, disse. A participação e consciência da população também são indispensáveis. ‘’É preciso jogar menos lixo na rua, armazenar o lixo. Ainda encontramos muita garrafa pet, saco plástico… Isso tem atrapalhado bastante. Não é a solução dos problemas, mas ajuda’’, finalizou.