Jornal Estado de Minas

QUEM MATOU CAIRO?

Família de empresário executado lamenta que indiciado não pague pelo crime

Apesar de agradecer o fim da investigação que apontou o ex-secretário municipal de Uberlândia, Orlando Resende, como mandante do assassinato de Cairo Borges, os familiares do empresário executado lamentaram o fato de o suspeito não pagar pelo crime. Resende morreu em setembro deste ano, perto de completar quatro anos do homicídio de Borges. Desde 2018 a família faz campanha pela elucidação do crime.



 
Em nota e vídeo divulgados por familiares de Cairo Borges, há agradecimento ao trabalho do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Belo Horizonte, mas também a lamentação pelo fato de que “a investigação que começou com Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) tenha sido tão morosa” em Uberlândia.
 
“Infelizmente um assassinato covarde ficou impune. Morreu antes de ser indiciado. Acreditamos na justiça de Deus. A melhor forma de honrar seu nome é lutando para que os demais responsáveis sejam punidos e paguem pelo crime brutal que cometeram”, disse o filho da vítima, Cairo Borges Filho.
 
Desde 2018 há divergências entre o Gaeco de Uberlândia e Cairo Filho. Enquanto o Ministério Público aponta que ele poderia ter criado um plano para vingar a morte do pai, Cairo Filho afirma que o grupo não quis punir os assassinos do pai, como ainda chegou a apreender um veículo blindado dele, mesmo sabendo de ameaças que sofria.



 
Em agosto de 2018 a família lançou a campanha “Quem Matou Cairo?”, com outdoors e ações em redes sociais que buscavam respostas para o homicídio que aconteceu em 5 de outubro de 2017. Cairo Luiz Mendes Borges foi assassinado a tiros no Bairro Vigilato Pereira, zona sul de Uberlândia, quando saia de casa.
 
“Acreditamos que um crime não pode ser lembrado pela impunidade. Cairo Luiz Mendes Borges, que hoje é uma lembrança, também era pai, filho, amigo, marido. Hoje, seria avô. Sua vida foi cheia de conquistas, bons momentos e dedicação. Sonhos? Muitos. A dor da perda não passa, mas a luta por justiça nos move todos os dias”, afirmou a filha da vítima, Camila Costantin Borges.
 

O indiciamento

O empresário e ex-secretário de Obras e ex-diretor geral do Departamento Municipal de Água e Esgoto de Uberlândia (Dmae) Orlando Resende foi apontado pela Polícia Civil como mandante do assassinato.

Além de Resende, outras três pessoas foram indiciadas em inquérito finalizado pela polícia. O motivo seria uma cobrança de dívida de quase R$ 20 milhões. Resende morreu aos 73 anos de infarto há cerca de dois meses.
 
“Diante dos fatos, espera-se que os demais executores sejam presos e condenados. Agradecemos desde já o apoio de amigos, imprensa e autoridades locais, em especial, todos que participaram nas investigações que contribuíram para elucidar o caso”, diz ainda a nota da família de Cairo Borges.




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