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Estado de Minas ACORDO FINANCEIRO

Kalil: 'Primeiras obras da Vilarinho não vão segurar as chuvas'

Prefeito anuncia novas obras contra enchentes em Belo Horizonte através de financiamento de R$ 100 milhões que serão repassados pela Caixa Econômica Federal


04/11/2021 13:56 - atualizado 04/11/2021 17:50

prefeito Alexandre Kalil no salão nobre da prefeitura ao lado do secretário de obras e representante da Caixa
Prefeito Alexandre Kalil assina convênio com a Caixa Econômica Federal (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)

O prefeito Alexandre Kalil (PSD) assinou convênio com a Caixa Econômica Federal, nesta quinta-feira (4/11) prevendo o repasse de R$ 100 milhões para obras de infraestrutura em Belo Horizonte. De acordo com o prefeito, o dinheiro será utilizado para contenção de encostas, recapeamento e outras demandas do período chuvoso.

“É um momento importante, porque as chuvas estão aí. Ao contrário do que se pensa, a primeira etapa do Vilarinho não vai segurar essas chuvas. Há a construção de duas bacias em andamento”, afirmou o prefeito, se referindo às bacias de contenção da região.

O acordo prevê R$ 100 milhões de empréstimo para a prefeitura. A primeira parcela chega à conta depois que o contrato for registrado e publicado no Diário Oficial do Município – o que deve ocorrer na sexta-feira (5/11).

O repasse será feito em duas vezes. A primeira parcela é de R$ 50 milhões. O município acertou que, após comprovar o gasto de 80% desses R$ 50 milhões, deve receber a outra metade.

O prefeito ressaltou a importância de parcerias para investimentos na cidade, que já somam mais de R$ 5 bilhões – dos quais R$ 3,4 bilhões aplicados em intervenções em encostas, obras de contenção de chuvas, recapeamento e tapa-buraco.

“Está tudo no portal da transparência. Já foram desembolsados 3,4 bilhões para encostas, contenção de chuvas, recapeamento e tapa-buraco", comentou Kalil. De acordo com a PBH, o dinheiro será utilizado para obras de recapeamento de vias, pavimentação e áreas de tratamento de encostas de atuação da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel).

Os projetos já aprovados pela instituição financeira incluem ainda obras de macro e microdrenagem, tapa-buracos e manutenção da cidade. "É um projeto ambicioso. Temos projetos e o dinheiro vem”, afirmou o prefeito.

Os recursos são de um programa da Caixa voltado ao financiamento da infraestrutura urbana. "O projeto permite várias intervenções de melhoria urbana da cidade, não só na parte de drenagem, mas também na revitalização de praças", exemplificou Marcelo Bonfim, superintendente do banco em Minas Gerais.

A Caixa será a responsável, também, por operacionalizar os pagamentos do auxílio instituído pelo Executivo belo-horizontino para amparar pessoas em situação de pobreza. Os repasses devem começar no próximo mês.

Verba para concretizar planejamento

O dinheiro da Caixa que começará a chegar na próxima semana ajudará BH a colocar em prática o planejamento traçado de março a outubro deste ano. As diretrizes foram pensadas com vistas, justamente, ao período de chuvas que se aproxima.

Em meio às intervenções em vias afetadas pelas águas, a PBH mira, sobretudo, em diminuir o número de obstáculos aos motoristas.

"Vamos investir, principalmente, em tapa-buracos e recapeamento. É um grande problema que temos na cidade", admitiu Henrique Castilho, que chefia a Superintendência de Obras da Capital (Sudecap).

Segundo Castilho, não há uma área na cidade a ser priorizada. A ideia é promover melhorias nas nove regionais. Cada uma delas, de acordo com o dirigente, tem contrato licitado para intervenções viárias.

"O tratamento é igual. Não tem diferença. Os valores investidos, proporcionalmente, são os mesmos". 

Tão logo preste contas da utilização de parte do montante financiado pela Caixa, Belo Horizonte passará a mirar a contratação de novos empréstimos do tipo.

"Nosso objetivo é contratar mais duas operações de R$ 100 milhões", projetou João Antônio Fleury, secretário municipal de Fazenda.

Kalil comemorou o acordo. “Eu queria agradecer a todos e eu acho que a população deve ir ao portal ver onde está sendo investido, onde é que está sendo colocado esse dinheiro. A Caixa tem sido uma grande parceira, nós sabemos das exigências da Caixa, como ela é “ferro de dentista” pra arrumar um financiamento. Tem que ser muito organizado, tem que ter projeto sério, gente séria e credibilidade. E isso nós temos."

Atenção ao período

Além dos investimentos em obras, a cidade precisa estar atenta a outras formas de prevenir enchentes, como a manutenção de bacias de detenção, limpeza de bocas de lobo e de vias, galerias, fundos de vales de córregos e contenção de encostas.

A nova verba também será utilizada para este fim. A prefeitura informou que mantém atenção e esforços nesse sentido, além do trabalho preventivo de alerta e conscientização dos moradores das áreas de inundação da cidade.

“Há ainda um Sistema de Monitoramento Hidrológico capaz subsidiar as ações de alerta e enfrentamento do risco de inundações, bem como acionar planos de bloqueio de vias durante as chuvas de maior intensidade”, afirmou.


Vilarinho à toda prova

O Estado de Minas mostrou, na edição desta quinta-feira, que mesmo em andamento, obra da Avenida Vilarinho resiste a tempestade. Em entrevista exclusiva ao EM, Henrique Castilho disse que a Região de Venda Nova se saiu bem no teste das fortes chuvas dos últimos dias. “Essas obras estão praticamente prontas e estão ajudando a conter o problema’’ afirmou.

Somente nos três primeiros dias de novembro já choveu 65,6 milímetros (mm) em Venda Nova, 27% do esperado para o mês em Belo Horizonte – onde a média climatológica é de 239,8mm em novembro, segundo a Defesa Civil de BH. Apesar das chuvas fortes dos últimos dias, entretanto, não houve registros de alagamento, que são históricos na avenida.

Mas, ao que tudo indica, novos testes virão para a região, já que a previsão é de que as chuvas continuem. 

Entenda a Vilarinho

Primeira fase

A obra que já está quase no fim e “passou no teste” é a chamada Córrego do Nado – Lareira e Marimbondo. Trata-se da primeira fase das obras de prevenção de enchentes em Venda Nova. São intervenções para tratamento de fundo de vale e controle de cheias nos afluentes Córrego Marimbondo e Córrego Lareira, com construção de bacia de detenção do Córrego Lareira. Houve investimento de aproximadamente R$ 40 milhões.

Mesmo com previsão de conclusão para o 1º semestre de 2022 ela já está em funcionamento. Essa bacia vai reter aproximadamente 30 milhões de litros de água.

Segunda fase

A segunda etapa de obras de prevenção de inundações é a implantação de uma estrutura hidráulica de captação dos escoamentos superficiais (caixa de captação) no emboque do Ribeirão Isidoro, localizado na Avenida Vilarinho com a Rua Doutor Álvaro Camargos e Rua Maçom Ribeiro, onde alagamentos são frequentes.

A construção dessa estrutura de captação em forma de caixa – com área aproximada de 2.500 metros quadrados e volume da ordem de 10 mil metros cúbicos (10 milhões de litros) teve investimento de aproximadamente R$ 12,8 milhões.

Terceira fase

A terceira etapa são os chamados Grandes Reservatórios – Vilarinho que começaram a ser feitos em abril. São obras e serviços de otimização do sistema de macrodrenagem dos córregos Vilarinho, Nado e Ribeirão Isidoro para a implantação de dois reservatórios profundos – Vilarinho 2 e Nado 1 – e mitigação das inundações recorrentes na Av. Vilarinho e Rua Dr. Álvaro Camargos.

O investimento previsto é de R$ 124 milhões, com recursos financiados pela Caixa Econômica Federal. O prazo de execução dessa obra é de 36 meses. De acordo com a Sudecap, os dois reservatórios subterrâneos têm capacidade de armazenamento de aproximadamente 115 milhões de litros d’água cada um, incluindo a laje de cobertura.

Outras regiões

A Sudecap tem outras sete importantes obras de prevenção a enchentes em andamento. Acompanhe:

BARREIRO

Córrego Bonsucesso:

1 - Sistema de esgotamento sanitário da Bacia do Córrego Bonsucesso
Previsão de conclusão: 2022

2 - Córrego Bonsucesso – Trecho V – Anel Rodoviário até próximo à rua 1: Recuperação do canal existente tem a função de restabelecer a margem do córrego para evitar erosões.
Previsão de conclusão: 2º semestre de 2021

Córrego Túnel/Camarões – 2ª etapa:

Urbanização, pavimentação e sinalização da pista de caminhada, iluminação, paisagismo e implantação de área de lazer.
Previsão de conclusão: 1º semestre de 2022.

Córregos Olaria e Jatobá:

Tratamento de fundo de vale que possibilitará a redução dos riscos de inundação do entorno dos córregos com implantação de bacia de detenção de cheias para amortecimento dos picos de vazões durante o período chuvoso. A bacia terá capacidade de retenção de 110 mil metros cúbicos.
Previsão de conclusão: 1º semestre de 2022. 

REGIÃO NORTE

Ribeirão do Onça
Primeira etapa para evitar inundações na Avenida Cristiano Machado (próximo à Estação São Gabriel)
Previsão de conclusão: 2022

REGIÃO OESTE

Avenida Tereza Cristina - Ribeirão Arrudas

Bacia das Indústrias: Bacia capaz de deter 120 milhões de litros de água, liberando esse volume aos poucos para não sobrecarregar o canal do Ribeirão Arrudas.
Previsão de conclusão: 1º semestre de 2022.

REGIÃO CENTRO-SUL

Recuperação de galeria do Córrego do Leitão:

Recuperação das paredes, lajes de piso e teto da galeria. O canal subterrâneo tem 4,3 km e começa em trecho a jusante da barragem Santa Lúcia, na Rua João Junqueira, seguindo pela Avenida Prudente de Morais, Rua Marília de Dirceu, Rua São Paulo, Rua Padre Belchior, Rua Tupis e Rua Mato Grosso, até desaguar no ribeirão Arrudas.
Previsão de conclusão: 2º semestre de 2022.


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