A tentativa de retirada dos trocadores no transporte coletivo é tema de audiências públicas em três cidades do Vale do Aço. O assunto tem gerado polêmica porque a presença do agente de bordo é garantida por leis municipais e a Saritur, empresa concessionária do serviço, tem descumprido a regra.
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Desde setembro, usuários do transporte coletivo registram a ausência de trocadores em algumas linhas de ônibus em Ipatinga e Timóteo. Em Coronel Fabriciano, ainda não houve nenhum registro da retirada desses trabalhadores.
Um dos pontos de debate e preocupação é a demissão em massa dos trabalhadores, o acúmulo de função dos motoristas e a qualidade dos serviços prestados.
A empresa alega que a região é um dos poucos lugares que ainda mantém a obrigatoriedade do trocador. “Para não onerar a tarifa, temos que enxugar o custo. Com a bilhetagem eletrônica, os trocadores trabalham 80% a menos. É um custo que não justifica”, defendeu Janine Ramalho, procuradora da Saritur.
“A empresa não vai demitir. Trocador é função transitória. Nós temos dificuldade de contratar mão de obra qualificada, portanto, qualificamos nossos funcionários para quando surgir uma vaga de motorista, eles ocuparem. Isso será feito gradativamente”, afirmou a representante da empresa.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários, o Sinttrocel, se posicionou contra a retirada dos trocadores e, segundo a associação, a empresa quer acabar com a figura do trocador desde quando assumiu a concessão na região.
Leis municipais garantem a presença do trocador
As três cidades possuem legislação em vigor que garantem a presença dos trocadores nos ônibus. Em Ipatinga, a lei 2.275, em Fabriciano, lei 2.975, e em Timóteo, a lei 2.923.
Além disso, a empresa recorre no Supremo Tribunal Federal (STF) contra uma decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que manteve a lei de Timóteo em vigor, quando a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado entrou com Ação Direta de Inconstitucionalidade para revogá-la. Clique aqui para ler mais.