Uma audiência pública foi realizada na tarde desta quinta-feira (4/11), em Betim, para discussão de proposta alternativa de traçado para o Rodoanel Metropolitano, contrapondo as duas feitas pelo governo de Minas.
Participaram da reunião nove prefeitos de municípios da região do Médio Paraopeba e da Grande BH, dentre outras lideranças.
A proposta feita na audiência prevê um traçado que contorna Betim e Contagem, diferentemente das propostas feitas pelo estado.
O secretário municipal de Ordenamento Territorial e Habitação de Betim, Marco Túlio Freitas, explica que a proposta amplia em 12 km o traçado desenhado pelo estado.
“Nosso traçado é maior porque contorna os municípios em vez de cortá-los ao meio passando por cima de uma APA, como fez o estado. Esse contorno proposto por nós, além de não gerar esse impacto ambiental, interliga ainda as cidades de Esmeraldas e Ribeirão das Neves”, explica o secretário.
“Nosso traçado é maior porque contorna os municípios em vez de cortá-los ao meio passando por cima de uma APA, como fez o estado. Esse contorno proposto por nós, além de não gerar esse impacto ambiental, interliga ainda as cidades de Esmeraldas e Ribeirão das Neves”, explica o secretário.
“Além disso, propomos duas vias secundárias – uma que liga Brumadinho à Via Expressa, com 24 km, e uma que liga Ibirité à Mutuca, com 11,89 km. Nosso objetivo, com isso, é contemplar todos os municípios do Médio Paraopeba em uma proposta única. Além disso, nosso desenho também propõe interligações entre as BRs 381 e 262, o que, logisticamente, integra ainda os municípios de Bicas e Igarapé, diferentemente do traçado do estado que exclui essas cidades”, completa Marco Túlio que analisa, ainda, a questão de áreas rurais.
“É importante ressaltar, por fim, que nosso traçado passa sobre áreas rurais, o que não interfere nos pólos urbanos, não ocasionando, por exemplo, desapropriações, e inclui áreas para expansões urbanas. São ganhos ambientais, urbanísticos, logísticos, sociais e econômicos, porque mesmo com 12 km a mais, não teremos custos com desapropriações, que são muito elevados”.
Secretário de Estado de Infraestrutura vai a Betim nesta sexta (5/11)
O secretário estadual de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato, disse que nesta sexta-feira (5/11), no período da tarde, haverá uma reunião em Betim para tratar sobre o assunto.
“Chegou até nós, em março deste ano, um traçado que o prefeito de Betim havia proposto. Nós estudamos este traçado e o colocamos em consulta pública junto com o nosso projeto inicial. Agora, a gente não sabe se é o mesmo projeto ou se há algo diferente do que já nos foi apresentado e que já estudamos”, pontua o secretário sobre a audiência pública ocorrida nesta quinta.
“Chegou até nós, em março deste ano, um traçado que o prefeito de Betim havia proposto. Nós estudamos este traçado e o colocamos em consulta pública junto com o nosso projeto inicial. Agora, a gente não sabe se é o mesmo projeto ou se há algo diferente do que já nos foi apresentado e que já estudamos”, pontua o secretário sobre a audiência pública ocorrida nesta quinta.
“Nessa proposta apresentada em março, o traçado passava dentro da Vargem das Flores com impacto ambiental e custo adicional bastante relevantes. Este é um projeto de R$ 5 bilhões por 100 quilômetros. É um custo bem elevado. Cada quilômetro que você agrega ao projeto, você adiciona custos. Outro ponto importante do Rodoanel é capturar demanda. É feito um estudo de tráfego, ou seja, quantas pessoas irão usar o Rodoanel”, avalia o secretário que ressalta, ainda, que o estado sempre esteve aberto ao diálogo.
“Se alguém tem uma sugestão que é melhor e mais barata, não tem porquê de excluí-lo. Só temos que usar as metodologias adequadas para o projeto, se os orçamentos foram feitos de maneira adequada, dentro da qualidade que a rodovia exige, tem o Tribunal de Contas, o Ministério Público, é preciso prestar contas”, disse Fernando Marcato.
União de forças
“Penso que temos que ter diálogo entre as cidades e o estado. Temos que evitar impactos ambientais e habitacionais. Em Betim e Contagem, mais de 5 mil famílias teriam que ser realocadas. Vejam a complicação. Quando vemos esse traçado proposto pelo estado, pensamos: será que aumentar 12 km não é melhor do que ter que indenizar todas essas famílias? Além disso, Brumadinho entende que precisa ser beneficiada com o Rodoanel. Até porque, esse recurso indenizatório é resultado de uma tragédia. Fiquei muito convicto de que o melhor caminho é esse apresentado aqui”, destacou o prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo.
A prefeita de Contagem, Marília Campos, salientou a ação conjunta. "O estado não resolveu os impactos negativos de seus projetos. E, se nos unirmos, teremos mais força para garantir o que é bom para todos os municípios dessa região. Acredito que é possível construir esse traçado. O do estado resolve o problema do Anel, mas cria outros problemas para Betim e Contagem. Ele corta a bacia de Vargem das Flores, o que ocasionará um impacto tão grande que pode até secar a bacia. É uma preocupação pelo direito à água, tão necessária para tudo o que precisamos. Há, também, outra repercussão, que é a do impacto de cortar a cidade. Isso afeta o cidadão, a economia, a mobilidade. Alegam que nosso traçado aumenta a quilometragem, mas queremos um mínimo de qualidade de vida. O que o estado propõe certamente terminará em disputa judicial e a Prefeitura de Contagem será a primeira a acionar a Justiça. Não vamos deixar que cortem a bacia de Vargem das Flores”.
O prefeito de Ribeirão das Neves, Junynho Martins, afirmou que os municípios estão “de mãos dadas”. “Somos cidades vizinhas. Os problemas são comuns. Precisamos pensar em conjunto. Temos pressa em resolver isso, então precisamos de agilidade para seguir fazendo isso de mãos dadas. Estamos juntos”.
O prefeito de Betim, Vittorio Medioli, destacou que o estado não levou em conta o projeto alternativo e criticou a proposta do governo Zema. “ Você já viu algum anel viário atravessando dessa forma cidades como São Paulo e Rio de Janeiro?”, disse.