Wasley Miguel Bráz tem 28 anos e é repórter da TV Sistec, afiliada da Rede Minas, há nove meses. Ele foi um dos primeiros jornalistas que chegou ao local do acidente que matou a cantora Marília Mendonça, na tarde desta sexta-feira (5/11), em Piedade de Caratinga, na Região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais.
''Eu já tinha fechado um VT. Por volta das 15h, ficamos sabendo pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) da queda de um avião'', relatou o repórter que, às pressas, foi de Caratinga para o local do acidente - a 10 quilômetros de distância.
Ele conta que, a princípio, trata-se de uma queda de avião, mas não havia ainda informações sobre os ocupantes da aeronave. Não demorou, no entanto, para o jornalista apurar a informação de que a aeronave levava a cantora Marília Mendonça. Mais precisamente quando conseguiu chegar ao local da queda, que é de difícil acesso.
''Foi quando surgiu a informação que era a equipe da Marília. Muitos estavam perguntando, mas ainda em dúvida'', relembra. Enquanto ainda não havia a confirmação, ele conta que manteve contato com a redação onde a apuração sobre os fatos também aconteciam. ''Fizemos uma live, mas a internet era muito ruim'', diz.
Curiosos e fãs pularam cercas e atravessaram a mata para acompanhar o resgate. A confirmação da morte aconteceu quando, de longe, acompanhavam a retirada do corpo e Wasley identificou a roupa da cantora. ''Era a mesma roupa que ela usava nos stories postados antes de entrar na aeronave'', conta.
Essa era a notícia que Wasley não queria dar, mas teve de cumprir a missão enquanto jornalista. "O nosso trabalho é levar qualquer tipo de informação independentemente de ser fã ou não. Mas uma notícia dessa tira a gente do chão. Como pessoa, estou chocado'', lamenta.
Ele conta que o clima da cidade é de profunda lamentação. ''Estão todos muito chocados com a tragédia'', afirma, enquanto aguarda a retirada dos corpos do IML da cidade. ''Sem duvida nenhuma esse é maior desafio como jornalista.''