
O destino do espaço está entre se tornar uma área verde com vocação turística no caminho de BH a Inhotim, para quem já desfruta do local, ou avenida para erguer mais prédios entre os bairros Belvedere e Vila da Serra.
A área de 4 quilômetros de extensão por cerca de 100 metros de largura (200 hectares) é parte do patrimônio ferroviário da União, abandonado desde 2002, mas que passou a ser frequentado por quem gosta de pedalar, famílias que fazem piquenique, namorados admirando a vista da cidade e gente que quer sossego sob a sombra das árvores.
"É de total interesse dos moradores que isso aqui se torne um parque. Não podemos perder essa área que hoje junta lixo e entulho e depois pode virar rodovia. Imagine se criarmos um corredor verde. Se não revitalizar para termos uma estrutura de turismo vão acabar construindo mais asfalto e menos cuidado com a preservação ambiental", afirma Celso Pontes Cruzeiro, morador do Belvedere.

"A linha está em desuso e traria lazer e proteção ambiental, evitando invasões e poluição. É um repiro importante entre os edifícios, bem na transição do cerrado para a mata atlântica. Contribui com o clima da região e a recarga de mananciais importantes", afirma.
"Conservamos para uma finalidade coletiva que já existe. As pessoas já frequentam esse local arborizado, agradável e de vista que parece uma pintura. É um espaço público que não existe entre os bairros Sion, São Pedro, São Bento, Santa Lúcia e Belvedere. Diferente da Lagoa Seca, onde se corre junto com carros e trânsito", argumenta o presidente da Associação dos Amigos do Bairro Belvedere, Ubirajara Pires.

"Essa linha férrea, no futuro, poderia trazer uma opção direta de turismo ao Inhotim e a BH, sem precisar usar as estradas e aproveitando de um potencial de paisagens lindas no trajeto", afirma Pires.

"Somos favoráveis a colocar um trem turístico aqui e estamos apoiando o projeto. A potencialidade dessa área para parque e turismo é enorme e poderia inclusive ser ligado a Brumadinho. Estão querendo comprar para fazer avenida e construir mais prédios, que é o oposto do que queremos", diz Luciano.
"Só de se reviver os trens é muito importante. Seria maravilhoso os turistas apreciando uma viagem daqui ao Inhotim, entre as montanhas e a mata", afirma Nelson.
"A linha férrea já funciona no Bairro Olhos D'Água, mas com minério. Seria muito mais fácil reativar trazendo turismo e não só minério. Temos a possibilidade de ligar um polo cervejeiro aqui perto e de arte com a chegada a Inhotim, sem falar em uma nova oportunidade de um corredor verde para acidade", pondera Leonardo.