O avião que caiu na Serra da Piedade, em Piedade de Caratinga, no acidente que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, não possuía caixa-preta, conforme suspeitavam os militares do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), órgão do Centro Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Esse modelo de aeronave voa sem a caixa-preta, e, segundo o tenente-coronel Oziel Silveira, do Seripa III, esse equipamento não é obrigatório para o modelo. Mesmo sem a obrigatoriedade legal, a aeronave poderia ter, de forma opcional, a caixa-preta. Por isso, durante os primeiros procedimentos de investigação da Aeronáutica, os militares vasculharam o interior do avião e não encontraram esse equipamento.
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O avião da PEC Táxi Aéreo Ltda. será removido da Serra da Piedade por uma empresa especializada, sendo levado para o aeroporto de Ubaporanga (22 quilômetros do local do acidente), onde serão recolhidos mais peças para os trabalhos de investigação.
Ainda na tarde de sábado, com o apoio da Polícia Militar de Minas Gerais e Corpo de Bombeiros Militar, os oficiais do Seripa III recolheram várias partes da aeronave, que estavam espalhadas pela área do acidente, como as duas partes do motor do avião, encontradas separadas em locais distintos.
Polícia Civil investiga
A investigação do acidente aéreo segue também na Polícia Civil de Minas Gerais, em inquérito presidido pelo delegado regional de Caratinga, Ivan Salles. Ele informou que as investigações da Aeronáutica, feitas pela equipe de militares do SERIPA III, do Rio de Janeiro, são de autonomia desse órgão do CENIPA, e serão compartilhadas com a Polícia Civil após as análises.
O delegado disse que a Polícia Civil juntou mais documentos ao inquérito neste sábado (6/11), como o depoimento dos advogados da cantora Marília Mendonça, que vieram à Caratinga para tratar da parte burocrática relacionada aos traslados dos corpos da cantora e de seus produtores. Os corpos do piloto e copiloto da aeronave, segundo o delegado Ivan Salles seguiram de carro para as suas cidades de origem.
A Polícia Civil cumpriu, segundo o delegado, todas as etapas de necropsia dos corpos no Instituto Médico Legal de Caratinga, cuidou da segurança e sigilo durante todo o processo, e encaminhou os corpos aos familiares. Os laudos ainda serão concluídos e juntados ao inquérito.