Jornal Estado de Minas

COVID-19

BH completa vacinação da população adulta


Belo Horizonte encerrou ontem a vacinação da segunda dose e dose única contra a COVID-19 em todos os moradores adultos da capital mineira. De acordo com a Prefeitura Belo Horizonte (PBH), a última faixa etária a ser convocada para completar a imunização são os jovens de 23 anos, que tomaram a vacina da Astrazeneca, e puderam tomar a segunda dose do imunizante ontem, nos postos da capital. O público abaixo dessa idade, até 18 anos, recebeu a segunda dose da Coronavac, uma vez que o intervalo entre a primeira e a segunda dose com o imunizante do Instituto Butantan é menor.





A capital completou a oferta de vacina para a população com mais de 18 anos, mas alguns ainda podem estar atrasados. Segundo boletim da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia, até 25 de outubro, 134 mil moradores da capital estavam com mais de 15 dias de atraso na aplicação da segunda dose da vacina. Em todo o país, mais de 14 milhões de brasileiros estavam com a segunda dose da vacina contra a COVID-19 atrasada por mais de 15 dias. As análises foram realizadas com dados individuais anônimos fornecidos pela Campanha Nacional de Vacinação contra Covid-19, do Ministério da Saúde.

Analista de investimento, Daniel Cruz teve COVID-19 leve e agora diz estar tranquilo (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Os pesquisadores atribuem esse resultado a alguns fatores: atrasos da segunda dose; demora para registro e envio dos dados para a base do Ministério; esgotamento e sobrecarga das equipes de gestão, vigilância e atenção à saúde; disseminação de notícias falsas sobre a imunização; falta de estoque de reserva de imunizantes e mortalidade, dentre outros. "É necessária uma análise cuidadosa por parte dos gestores locais de saúde para identificar localmente as mais prováveis causas do atraso. Este diagnóstico será útil para orientar as ações de estímulo à população para completar o esquema vacinal", alertam os cientistas, em texto publicado na segunda edição do Boletim VigiVac da Fiocruz Bahia.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde para saber qual o número de pessoas que ainda não tomou a segunda dose.  Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que, de acordo com o Ministério da Saúde, para a aplicação da segunda dose não é obrigatória a apresentação do comprovante de residência. Portanto, uma pessoa pode ter tomado a primeira dose em Belo Horizonte e ter  concluído o esquema vacinal em outro município. A PBH reforça que, no caso dos jovens de 23 anos, é necessário ter completado oito semanas da aplicação da primeira dose, para poder tomar a segunda.





“Para garantir que as pessoas se vacinem, as equipes de saúde, durante as visitas domiciliares, conferem a situação vacinal e também reforçam a importância da vacinação. Esta ação também é realizada durante os atendimentos nos Centros de Saúde da Atenção Primária e ainda por contato telefônico nos acompanhamentos de rotina", diz ainda a PBH, por meio da Secretária Municipal de Saúde.

A PBH alerta que quem não completa o esquema vacinal fica mais vulnerável à infecção pelo Sars-CoV-2 do que aquela que recebeu as duas doses. As vacinas estão disponíveis e os centros de saúde estão preparados para receber a população. Na manhã de ontem, um dos jovens que estava na fila no posto drive-thru montado na UFMG relatou ter sido contaminado pelo coronavírus e se sentia aliviado em poder completar a imunização.

Imunizados 


Segundo o boletim epidemiológico divulgado ontem pela PBH, 4.417.507 doses foram destinadas a BH. Dessas, 4.327.950 foram distribuídas. 2.109.546 tomaram a primeira dose. 1.641.938 tomaram a segunda dose e 60.559 receberam a dose única. Ou seja, 82,8% da população total da capital mineira receberam a 1ª dose. A população residente em BH de 12 anos ou mais é de 2.199.135. Desses, 65% completaram o esquema vacinal.





Na manhã de ontem, um dos jovens que estava na fila no posto drive-thru montado na UFMG relatou ter sido contaminado pelo coronavírus e se sentiu aliviado em poder completar a imunização.  “Peguei COVID em março deste ano, graças a Deus tive sintomas mais leves e consegui me recuperar. Tomar a segunda dose e pensar que poderemos voltar à liberdade de antes, me passa uma sensação de tranquilidade”, conta o analista de investimento Daniel Pinto Coelho Braz.

Pensando na vida antes da pandemia, o estudante Henrique Oliveira, disse também sentir alívio em poder tomar mais uma dose do imunizante. "Depois de muita demora, do estado em geral, principalmente do governo federal, é gratificante poder tomar a segunda dose. Isso dá a liberdade de pensar em uma vida normal de novo, mas imunizado contra esse vírus."

Indagados se a pandemia trouxe aprendizados, os entrevistados disseram concordar que algumas pessoas devem continuar com os protocolos de segurança, para se proteger e não contaminar quem está ao redor. “Penso que pessoas mais preparadas e informadas continuarão usando a máscara, em casos de gripe e principalmente no transporte público, para poder proteger a si e ao próximo'', opina Daniel Pinto.  O analista acrescenta: “A pandemia veio para mostrar o quão importante é ter empatia, e pensar sempre no próximo”.





Já Henrique Oliveira ressalta a valorização do trabalho remoto: “Uma pandemia traz mudanças e muito aprendizado, acredito que o formato de home-office será mais reconhecido daqui para a frente, após esta experiência”.

A PBH alerta que quem não completa o esquema vacinal fica mais vulnerável à infecção pelo Sars-CoV-2 do que aquela que recebeu as duas doses. As vacinas estão disponíveis e os centros de saúde estão preparados para receber a população.  Além disso, todos os adolescentes de 12 e 17 anos já receberam a primeira dose e devem completar o esquema vacinal no início de dezembro, considerando a orientação do Ministério da Saúde de adotar o intervalo de 8 semanas entre a aplicação da primeira e segunda dose de Pfizer.

Outras capitais 

No Rio de Janeiro, a cidade ainda vacina maiores de 18 anos com a segunda dose ou dose única. Até as 21h de ontem, 89,9% dos adultos da capital fluminense já haviam completado o esquema vacinal. Ao todo, 4.605.749 doses haviam sido aplicadas em maiores de 18 anos.





São Paulo também ainda está vacinando maiores de 18 anos com a segunda dose da vacina contra a COVID-19. No geral, 95,7% do público-alvo já possui o esquema completo, sendo que a faixa entre 18 e 19 anos registra menor percentual, uma vez que a população citada ainda está à procura da segunda dose. Ao todo, 60,8% do grupo contou com as duas doses, até o fechamento desta matéria.

Em Porto Alegre, a campanha de vacinação para maiores de 18 anos também continua, sendo que 83% do público-alvo já se vacinou com as duas doses. Ao todo, 1.005.267 pessoas já contam com o esquema vacinal completo, seja com dose dupla ou única. Em Salvador, 1.602.682 doses já foram aplicadas como segunda ou única, completando esquemas vacinais. Ao todo, 88% do público-alvo na capital da Bahia já está completamente imunizado contra a COVID-19. Lá também segue em vigor a vacinação em maiores de 18 anos.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera schmitz




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