Jornal Estado de Minas

INTERIOR DO ESTADO

Um dos maiores ladrões de banco da Bahia atuava em Minas, diz polícia

A Polícia Civil mineira identificou que um dos maiores ladrões de banco da Bahia atuava em Minas Gerais. Ele e mais 15 homens já foram identificados - dos quais apenas um continua foragido - como integrantes de grupo criminoso que agiu, entre 2015 e 2017, em cidades do Vale Jequitinhonha, Norte e Nordeste mineiros. Eles eram especializados em arrombar agências bancárias e postais, mediante explosão.





 

A Polícia Civil apresentou aos Ministério Público Federal (MPF) um relatório com essas novas identificações - três, além do conhecido ladrão de banco na Bahia. Segundo as investigações, o grupo teria sido responsável por mais de uma dezena de ataques na região, entre dezembro de 2015 e março de 2017. Entre as cidades alvo dos bandidos, estão Medina e Comercinho.

 

De acordo com o delegado Thiago Carvalho, o procedimento acerca da identificação foi concluído na última sexta-feira (5/11) e encaminhado ao MPF, titular da ação penal, com mais elementos de prova, para que haja a responsabilização dos investigados pelos crimes cometidos por eles. “Entre os novos identificados, um é apontado como um dos maiores ladrões de bancos na Bahia, e outro responde por extorsão mediante sequestro (“sapatinho”) e já foi preso por homicídio naquele estado”, detalha. 

 

Parte da organização criminosa, originária do Sudoeste da Bahia, havia sido identificada e monitorada pela PCMG durante meses de investigação, resultando na operação Norte Seguro, deflagrada em setembro de 2017, por meio da Delegacia de Polícia Civil em Medina e do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), com sede em Belo Horizonte. Restava chegar a esses outros quatro suspeitos, que foram qualificados pela equipe da Polícia Civil em Medina.





 

Presos e mortos

 

Do total de 12 integrantes apontados pelas investigações, cinco foram presos, sendo três na operação Norte Seguro, em cumprimento a mandados expedidos pelo Juízo da Comarca de Medina, após representação da PCMG e manifestação favorável do Ministério Público; e dois por forças de segurança de outros estados, esses últimos, inclusive, estão entre os quatro identificados recentemente.

 

Outros seis suspeitos morreram em confrontos com forças policiais baianas, entre 2017 e 2021, em decorrência da prática de crimes dessa natureza em cidades como Boa Nova, Sobradinho e Correntina, todas na Bahia. Entre eles, um homem foi apontado nas investigações da Polícia Civil como o principal líder da organização criminosa e possuía mandado de prisão preventiva representado pela PCMG, além de dois suspeitos de também ocuparem posição de liderança no grupo e um dos recém-identificados.

 

Os quatro demais envolvidos foram presos na Norte Seguro, realizada nos estados da Bahia e São Paulo. Até o momento, apenas um dos suspeitos, dos últimos qualificados pela PCMG, ainda não foi detido. 


Como agiam


As explosões das agências bancárias ocorriam sempre de madrugada, com número expressivo de participantes e utilização de armas de grosso calibre, em cidades pequenas.





“Os criminosos efetuaram inúmeros disparos para amedrontar a população e demonstrar seu potencial lesivo, inclusive contra as frações das forças de segurança locais, bem como civis e qualquer veículo que se aproximassem durante a ação, a fim de frustrar tentativas de repressão imediata”, conta o delegado Thiago.


A primeira atuação do grupo criminoso em Minas Gerais foi em dezembro de 2015, quando arrombaram, usando explosivos, o cofre central de uma agência bancária em Comercinho, e se estendeu até março de 2017, com a explosão de caixas eletrônicos de outras três agências bancárias de Medina. No total foram realizados 16 ataques em 14 municípios das regiões norte e nordeste do estado.

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