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Estado de Minas APÓS EMBARGO

Festival da Jabuticaba: Sabará mostra projeto e espera aval dos bombeiros

Prefeitura afirma que documento não era obrigatório pela capacidade do evento ser para 2 mil pessoas, mas que por causa das estruturas os papéis foram exigidos


13/11/2021 12:07 - atualizado 13/11/2021 13:19

Imagem de um comerciante vendendo jabuticabas
Comerciantes passaram a manhã deste sábado (13/11) vendendo jabuticabas na porta do local onde aconteceria o festival (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
embargo da realização da 35ª edição do Festival da Jabuticaba  em Sabará, na Grande BH, por parte do Corpo de Bombeiros, pegou muita gente de surpresa na noite dessa sexta-feira (12/11). O evento foi interditado pela instituição pela falta de Projeto de Evento Temporário (PET). O documento foi entregue posteriormente pela prefeitura de Sabará, que agora aguarda um aval da instituição.



Até a manhã deste sábado (13/11), o tradicional evento da Grande BH estava temporariamente suspenso. A prefeitura de Sabará, que é a responsável por realizar o festival, informou ainda na noite passada que a programação confirmada poderia ser reagendada e pediu desculpas pelos transtornos. No entanto, o Estado de Minas conversou com o Executivo municipal, que tenta, junto aos bombeiros, liberar a festividade ainda no decorrer de hoje.

De acordo com a prefeitura, os eventos são classificados em baixo, médio e alto risco, dependendo da quantidade de público e da estrutura montada no local. Como o Festival da Jabuticaba foi feito para receber 2 mil pessoas, a administração municipal entendeu que não precisaria de apresentar o PET. No entanto, estruturas extras para proteger expositores e visitantes da chuva foram instaladas. Com o acréscimo de tendas, o evento passou a ser enquadrado em alto risco, o que dependeu do "sinal verde" do Corpo de Bombeiros.

Ainda segundo a prefeitura, o projeto técnico foi apresentado ainda na noite dessa sexta. No entanto, o trabalho para que os bombeiros avaliem os documentos não é simples. Isso por causa do fim de semana, período em que o administrativo dos bombeiros estão em recesso, de acordo com o Executivo de Sabará. Portanto, ainda é incerto quando vai haver o crivo da instituição e um possível aval para a realização do festival.

À reportagem, os bombeiros informaram que para a realização de uma nova vistoria é necessário a apresentação do PET por parte do realizador do festival. Outra opção seria pela caracterização de risco mínimo com a desmontagem das estruturas, solicitando, assim, o desembargo do evento. Mas esta última opção é inviável, segundo a prefeitura de Sabará, para manter a qualidade do festival, sem precisar cancelar. Desta forma, a primeira alternativa foi a escolhida pela administração municipal.

Plano B


A programação original do Festival de Jabuticaba - edição que marcaria a volta do regime presencial desde o começo da pandemia - previa o começo do evento nessa sexta, indo até o dia 21, sendo realizados nos dois próximos fins de semana e no feriado de Proclamação da República, celebrado na segunda-feira (15/11). No entanto, a Prefeitura de Sabará disse que trabalha com outras possibilidades, caso o aval dos bombeiros não aconteça nos próximos dias.

Uma das hipóteses seria de transferir a programação do atual fim de semana para o recesso dos dias 27 e 28 de novembro, mantendo a agenda entre os dias 19 e 21. Neste caso, a prefeitura apostaria nos dias úteis para intensificar os trabalhos com os bombeiros para a avaliação do projeto, desenhando o evento com base no parecer da instituição.

A transferência para o último final de semana do mês, caso não tenha o parecer dos bombeiros em tempo hábil nos próximos dias, seria para manter o que foi proposto entre Sabará e os produtores que farão exposições no evento. A prefeitura disse que todos entenderam o que aconteceu.

Um dos expositores é Jefferson da Conceição Lima, de 28 anos, e que há 10 deles se dedica ao comércio. Jefferson não escondeu a frustração pela interdição do evento, principalmente pelo fato de 2020 o Festival da Jabuticaba ter sido realizado de forma virtual. No entanto, ele está confiante de que os bombeiros possam autorizar o funcionamento normal, minimizando os prejuízos.

Imagem de Jefferson da Conceição Lima vendendo jabuticabas
Jefferson da Conceição Lima, de 28 anos, vendia jabuticabas ao lado do pai, neste sábado, onde aconteceria o festival (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
"Ficamos frustrados, porque há todo um preparativo de meses, não é só de um dia. Reunimos com os produtores para buscar mercadoria, aí chega na hora do evento e somos pegos de surpresa desse jeito. Acaba tendo prejuízo", desabafou o comerciante, que vendia jabuticabas na porta do Centro Administrativo Prefeito Hélio Geraldo de Aquino, enquanto as geleias e licores estavam do lado de dentro da estrutura, sem poder ser comercializadas, uma vez que são perecíveis.

Assim como Jefferson, outros comerciantes expuseram jabuticabas à venda na porta do centro administrativo. Caso de Guilherme Geraldo Marciano, de 22 anos. O comerciante já tinha montado seu stand na parte interna do festival, quando o evento foi embargado. Neste sábado, a solução foi vender jabuticaba na rua para não perder o estoque.

"Aqui estamos pegando cliente até no ar. Trouxe 20 caixotes de jabuticaba e vendi dois", disse.

Licores, vinhos e geleias eram alguns dos produtos que Deivin Leandro Guimarães Pedrosa, de 33 anos, expunha em uma praça próxima ao centro administrativo. Com parte do estoque “preso” em seu stand no evento embargado, o comerciante procurava vender os produtos em menor tempo possível, uma vez que a validade dos produtos possuem prazo curto.

“Muito surpreso (pelo embargo). Até chorar eu chorei, pois tem muita coisa que perde. Fiz linguiça, sorvete, suco, coisas que amanhã não estarão boas. Feitos para vender hoje e não vai rolar. Vim aqui para a praça para tentar dar uma saída, para ver se ameniza alguma coisa, mas é muito difícil".

Imagem de Deivin Pedrosa vendendo produtos
Deivin Pedrosa expôs geleias, licores e vinhos em uma praça para tentar minimizar os prejuízos (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Apesar do esforço, no momento em que conversou com a reportagem, Deivin havia vendido poucos itens, uma vez que o público se interessa, também, pela festa em si. Para a família dele, participar do Festival da Jabuticaba é uma tradição. Todos participam desde a primeira edição. O comerciante passou a ir ainda quando era criança.

"Cheguei aqui 10h. Vendi muito pouco. Pessoal está procurando a festa, às vezes nem é o produto em si. É a festa da jabuticaba, que sempre foi uma festa bem bonita e harmoniosa. O festival foi divulgado em cima da hora, também, por isso aconteceram esses problemas", afirmou.

Público


Durante a noite dessa sexta e a manhã deste sábado, o público compareceu na porta de onde aconteceria o evento, porém, era avisado pelo Corpo de Bombeiros sobre o embargo. Além da instituição, a Polícia Militar (PM), Guarda Municipal, Defesa Civil e a equipe de trânsito de Sabará auxiliaram nos trabalhos.

Uma das visitantes que deram "de cara com a porta" na manhã deste sábado foi a dentista Karina Aparecida Silva, de 26 anos. Sua principal reclamação foi a falta de comunicação com as pessoas que pegaram os ingressos via internet. Os tíquetes, inclusive, já estavam esgotados.

"Se eles (bombeiros) embargaram é porque deu alguma coisa, mas tinham que ter comunicado antes. Se os bombeiros falaram que não pode ter o evento, algum motivo deve ter, mas só achei que teve falta de comunicação mesmo", lamentou Karina.

Imagem de integrante da Defesa Civil
Órgãos de segurança informavam ao público sobre o embargo da realização do Festival da Jabuticaba (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
O sargento Rodolfo Tadeu da Silva, do 61º Batalhão de Bombeiros de Sabará, estava na porta onde aconteceria o evento para orientar o público. Ele compreendeu a frustração de comerciantes e visitantes quanto ao embargo, mas destacou que a segurança é prioridade na realização de eventos.

"Infelizmente acaba que isso atrapalha muito essas pessoas que investiram para ter uma renda, mas a questão da legalidade é muito importante para prover e promover a segurança de todos".

Em nota, a prefeitura de Sabará disse que os bombeiros chegaram ao evento por volta das 18h dessa sexta para vistoriar o local, enquanto a maior parte do público já estava no espaço. Porém, a comunicação sobre a suspensão temporária do evento se deu por volta de 22h.

A demora se deu, segundo a prefeitura, pela tentativa de negociação com os bombeiros para avaliar possíveis alternativas em prol da liberação do evento ainda na noite dessa sexta. A administração municipal também explicou que procurava entender o que estava acontecendo, quando tentou reverter a situação. A publicação da nota oficial sobre a suspensão temporária do festival se deu quando todas as possibilidades foram esgotadas, argumentou o Executivo.


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