A nova edição do Circuito Urbano de Arte (Cura), que começou em outubro, completou 18 obras de arte em fachadas e empenas, sendo 14 na região do hipercentro da capital mineira e quatro na região da Lagoinha, formando, assim, a maior coleção de arte mural em grande escala já feita por um único festival brasileiro.
Idealizado por Janaina Macruz, Juliana Flores e Prisicila Amoni, o Cura também presenteou BH com o primeiro e, até então único, Mirante de Arte Urbana do mundo. Todas as pinturas podem ser contempladas da Rua Sapucaí, no Bairro Floresta, na Região Leste de BH.
A sexta edição transformou a Praça Raul Soares numa praça marajoara. O cartão-postal, inaugurado em 3 de setembro de 1936, é o único do gênero na capital cujo piso leva pedra portuguesa com mosaicos marajoara.
A Avenida Amazonas, ao redor da Praça Raul Soares, no centro de BH, recebeu a pintura-ritual dos artistas Shipibo Sadith Silvano e Ronin Koshi, da Amazônia Peruana. Uma pintura de 2.870m², a maior já feita fora do Peru. A ideia do festival foi trazer para Minas a marca forte da identidade dos kenés (declarados patrimônio cultural do Peru), o bordado mítico de padrões geométricos e labirínticos, inspirado pela cultura ayahuasqueira.
Além disso, a força da floresta e do povo Huni Kuin navegou desde o Rio Jordão, no Acre, para fazer um canto no alto do Edifício Levy, que fica na Avenida Amazonas, 718. Kassia Rare Karaja Hunikuin é agora a primeira mulher sexagenária e avó assinando uma empena. Com sua firmeza e alegria, colocou a ancestralidade à frente da maior pintura já feita pelo Coletivo Mahku.
No alto do Edifício Paula Ferreira, que fica na Praça Raul Soares, 265, pode ser observada toda a complexidade de uma obra com cores que lembram o barro, a cerâmica e as pedras, mas também dialoga com a cor do prédio onde o graffiti está. A empena foi feita pelo artista mineiro Ed-Mun.