Desde que as fronteiras dos Estados Unidos foram reabertas para estrangeiros, em 8 de novembro, a procura pelos serviços de emissão e renovação de vistos para entrar no país aumentou aqui no Brasil. A embaixada norte-americana não confirma, mas não há mais datas de agendamento para 2021, apenas se houver uma desistência. “Todos os serviços de visto para não imigrante foram retomados em 8 de novembro de 2021. Os agendamentos estão disponíveis e reconhecemos que os tempos de espera podem ser longos. Estamos trabalhando diligentemente para aumentar a disponibilidade de vagas para todas as classes de vistos, à medida que a situação da COVID-19 no Brasil continue a melhorar”, disse a embaixada, por meio de nota.
O órgão sugere, ainda, que as pessoas que solicitaram o pedido fiquem atentas ao site, pois vagas adicionais podem ser abertas sem aviso prévio. “Caso o solicitante encontre uma data mais próxima, poderá reagendar sua entrevista em nosso sistema on-line.” Desde 17 de março de 2020, os serviços de emissão e renovação de vistos consulares no Brasil estão suspensos. Em maio do ano passado, a emissão era feita apenas com vagas limitadas, dando prioridade para pessoas em situação de emergência, como aquelas que vão para funerais de familiares ou para tratamento médico, além de vistos estudantis.
Explosão de procura
Ana Beatriz Furtado é proprietária da Mundial Vistos e Imigração, uma agência especializada em requerimento para emissão e renovação de vistos. São 10 unidades no Brasil, com sede em Belo Horizonte. Ela conta que a procura por vistos para os Estados Unidos triplicou, em BH, desde a reabertura das fronteiras. “Eu sempre incentivei as pessoas a não deixar para a última hora porque sabíamos que ia ser caótico. A maioria das pessoas, principalmente os mineiros, aguardaram muito. E, na última semana de outubro, quando houve o anúncio da reabertura das fronteiras e das atividades regulares dos consulados americanos, houve uma explosão de procura.”
Segundo a empresária, a agência conseguia fazer entre 600 e 700 atendimentos por mês. Atualmente, são mais de mil atendimentos. “Antes da pandemia, tínhamos entre 400 e 500 pedidos em BH.” Para 2021, não há mais agendamento disponível no sistema. “O que pode acontecer é uma desistência. Mas, no caso de uma família de quatro pessoas, por exemplo, uma desistência apenas não atende. É preciso ter quatro desistências no mesmo dia e horário.” Ana Beatriz explica que na agência existe um departamento que monitora, exclusivamente, o sistema para detectar essas possíveis desistências.
Outro problema é que há processos diferentes para a emissão e renovação do visto. “Na renovação existe a isenção da entrevista e a data mais próxima é para 23 de março, no Rio de Janeiro ou em Brasília. Já os agendamentos com entrevista estão mais distantes, acredito que tenha a ver com a questão do distanciamento, na presença física. Por isso, existem menos vagas.”
Desistência
A demora em conseguir um agendamento para emissão de vistos acabou fazendo com que o casal Priscila Luz e Felipe Pereira, ambos com 29 anos, desistisse de ir para os Estados Unidos. Priscila conta que eles tinham comprado passagens para viajar no ano passado, para Nova York e Miami. “Mas, por conta da pandemia, não conseguimos e deixamos essa passagem em aberto.” Nesse período, ela engravidou e teve a bebê em março deste ano.
Com o nascimento da filha do casal, Priscila disse que chegou a fazer o passaporte da criança, mas a entrevista seria apenas em outubro de 2022. “Essa não seria uma data boa, já que tínhamos um prazo para usar as passagens. Então, desistimos de viajar para os Estados Unidos e preferimos outro destino.” A família escolheu a França e a Itália como destinos.
Vacinas Para entrar nos Estados Unidos, o governo exige que os estrangeiros tenham tomado vacinas contra a COVID-19 aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ou pela FDA (autoridade reguladora do país equivalente à Anvisa no Brasil). Para saber como pedir a emissão ou renovação do visto para os Estados Unidos, acesse o site da embaixada americana. *Estagiárias sob supervisão do subeditor Marcílio de Moraes