Chegar aos compromissos nesta segunda-feira (22/11) virou um desafio para os belo-horizontinos que dependem do transporte público na capital. Desde a meia-noite, trabalhadores do transporte coletivo cruzaram os braços em uma greve anunciada ainda na semana passada.
Na Região de Venda Nova, a estação de mesmo nome tinha passageiros “ilhados” no início desta manhã, aguardando os ônibus do Move que seguem em direção à região central da cidade. Muitos esperaram mais de duas horas e, quando algum coletivo surgiu, a lotação era maior que a normal.
Na Região de Venda Nova, a estação de mesmo nome tinha passageiros “ilhados” no início desta manhã, aguardando os ônibus do Move que seguem em direção à região central da cidade. Muitos esperaram mais de duas horas e, quando algum coletivo surgiu, a lotação era maior que a normal.
A falta dos ônibus aumentou a movimentação de passageiros nas ruas do entorno. As pessoas ligavam para o trabalho para avisar do atraso e tentavam embarcar em carros de aplicativo. Com o aumento da demanda e o horário de pico, o valor das tarifas aumentou.
Situação semelhante era vista na Estação Vilarinho, também em Venda Nova. Lá, a movimentação foi intensa, principalmente na área do metrô, que virou a principal alternativa para quem estava no local.
Segundo a BHTtrans, a Estação Vilarinho era a de maior movimento de ônibus por volta das 6h de hoje, com 30% das viagens previstas sendo realizadas. Na Estação Diamante, na Região do Barreio, de onde nenhum ônibus saiu, conforme a BHTrans, o que se via eram dezenas de passageiros nas ruas.
Em algumas garagens, havia trabalhadores para nas entradas para garantir a paralisação, como mostra este vídeo na Região do Barreiro.
De acordo com a assessoria de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte (STTR-BH), 60% da categoria parou nesta manhã, mas a tendência é de que os ônibus voltem a circular aos poucos, apesar de a greve estar mantida.
Na última sexta-feira, o desembargador Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto, 1º Vice-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª Região determinou que pelo menos 60% da frota circule. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) entrou com um recurso na Justiça. A multa em caso de descumprimento é de R$ 50 mil.
A entidade informou, ontem, que a frota mínima seria mantida, mas que não era possível prever se a adesão seria total ou parcial.
O que querem os motoristas?
Ainda de acordo com a assessoria do sindicato, está marcada para hoje, às 14h30, uma reunião de mediação no TRT para discutir a situação da categoria junto ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH). Após o encontro, haverá uma assembleia para decidir os rumos do movimento.
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 9% (INPC mais as perdas dos últimos anos), tíquete-alimentação de R$ 800, o pagamento do tíquete no atestado, remoção do banco de horas e o abono salarial de 2019 e 2020. A retirada da limitação do passe livre, manutenção do passe livre para o afastado e melhoria no plano de saúde também fazem parte da negociação.