Jornal Estado de Minas

CIDADE PARADA

Greve em BH: Manhã de trânsito parado, protestos e ameaça do Metrô

Uma cidade com fileiras lentas de veículos travando cruzamentos, Centro paralisado, pontos de ônibus lotados e aplicativos de transporte que poderiam ser uma saída prolongando atendimentos à espera das melhores corridas. Assim amanheceu Belo Horizonte nesta terça-feira (23/11) segundo dia da greve dos rodoviários.



A categoria segue em estado de greve por tempo indeterminado. O  o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte (STTRBH) deve participar de reunião, marcada para as 14h30, com representantes das empresas de ônibus, prefeitura de BH e mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Sindicalistas impediram a saída de ônibus, orientaram motoristas a retornar para as garagens e se manifestaram nas estações Pampulha, Barreiro e Venda Nova. Na estação São Gabriel, chegaram a fechar com fitas os acessos dos passageiros pelas catracas.

Em meio a esse intenso caos pela falta de transportes para trabalhadores e estudantes da capital, os metroviários informaram que decidirão, na quinta-feira (25/11) se a categoria entra em estado de greve, reduzindo ainda mais as ofertas de transporte público de massa.



Os impactos sentidos pela população têm sido enormes. Segundo balanço da BHTrans, da meia-noite às 6h de hoje, apenas 30,8% das viagens programadas foram realizadas. Por volta das 8h, a empresa de trânsito informou que, das 6h às 7h, 35% das viagens foram realizadas, sendo a Região do Barreiro a mais desassistida seguida por Venda Nova, Leste e Nordeste.

Trânsito fica parado em um terço das ruas do Centro e do Anel Rodoviário (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)
Com a falta de ônibus, muita gente procurou usar carros e motoristas de aplicativos, o que ampliou o volume de carros nas ruas e travou o trânsito. 

Um terço da extensão do Anel Rodoviário e também a terça parte das vias do Centro, dentro da Avenida do Contorno, ficaram praticamente parados, segundo mostrou o mapeamento de tráfego do Google Maps obtido e trabalhado pela reportagem às 7h40, ainda horário de pico.



A situação mais crítica era a do Centro, onde os congestionamentos com maior lentidão se concentraram por 17,2 quilômetros de 84 ruas e avenidas.

A extensão compreende um terço da área dentro da Contorno e perfaz uma média de 205 metros de lentidão por rua e avenida afetada, ou seja, perto de dois quarteirões de lentidão por via.

O Anel Rodoviário registrou extensão um pouco maior de tráfego lento, abrangendo 17,5 dos seus 54 quilômetros nos dois sentidos, comprometimento de 32,4%, praticamente um terço.

Transporte por metrô ainda é saída, mas metroviários podem entrar em greve na quinta (foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press)


As retenções se irradiram do centro para corredores das avenidas Amazonas, Cristiano Machado, Antônio Carlos, Raja Gabaglia, BR-356, Nossa Senhora do Carmo, Dom Pedro I, Risoleta Neves e MG-030.

Para piorar ainda mais a situação, os motoristas de aplicativos de transporte não aceitavam as corridas mais em conta, já que podiam escolher os passageiros mais lucrativos com a alta demanda nas áreas desassistidas pelos coletivos.

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