Jornal Estado de Minas

SAÚDE PÚBLICA

Hospital Eduardo de Menezes vai ganhar nova unidade na Gameleira até 2024

O Hospital Eduardo de Menezes (HEM) vai ganhar uma nova unidade no Bairro Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte. O anúncio foi feito pelo governo de Minas nesta terça-feira (23/11). O valor investido para a construção do hospital vai ser de R$ 200 milhões, vindos do acordo com a Vale pela tragédia de Brumadinho, sendo que a obra deve levar de dois a três anos para a conclusão.





A unidade terá 155 leitos, distribuídos em 110 de enfermaria; 10 de terapia intensiva; 15 de terapia semi-intensiva; 10 no hospital-dia e 10 leitos na Unidade de Decisão Clínica (UDC). Segundo o governo, a unidade vai ser idealizada em uma estrutura que possibilita a rápida adaptação com a possibilidade de ofertar hospital tipo “campanha” nas áreas de estacionamento, ampliando a capacidade de leitos para 300. 

Os leitos de internação podem se tornar de Terapia Intensiva e a estrutura de atendimento alterada para cumprir fluxo de atendimento para protocolos que exigem isolamento. O Hospital Eduardo de Menezes ampliará também as linhas de ensino e pesquisa multidisciplinar e os serviços de diagnóstico laboratorial e de imagem.

 Principais premissas do projeto arquitetônico:
  • Unidade híbrida: espaços mutáveis, rápida resposta às emergências e agravos, trabalhando a tecnologia a favor;
  • Fluxos dinâmicos: com possibilidade de mudanças de fluxos e capacidade conforme necessidade;
  • Espaços de fácil manutenção e alta tecnologia;
  • Eficiência Energética e Sustentabilidade, como por exemplo, unidade paper free;
  • Filtragem do ar, controle de pressão e umidade;
  • Climatização natural x climatização artificial;
  • Laboratórios de alta tecnologia de análise e resposta, unidades plataforma integrados aos laboratórios públicos do Estado.




O governador Romeu Zema (Novo) ressaltou que a nova unidade do hospital vai ser pensada a partir do que aprenderam com a pandemia de COVID-19. “Esta unidade já tem 67 anos, que foi adaptada porque inicialmente foi constituída para tratar pacientes de tuberculose. Foi uma unidade fundamental para tratar a COVID porque foi o primeiro hospital do Brasil com dedicação exclusiva para pacientes de COVID, que aconteceu no início da pandemia”, disse.
 
“Sabemos que a saúde de MG não recebe há décadas investimento dessa magnitude. Conversando com o secretário, ele lembrou que a última unidade construída foi o João XXIII há mais de 30 anos. Essa nova construção, esse novo hospital, está sendo construído levando em conta tudo aquilo que aprendemos durante a pandemia. Vai ser uma unidade modular, ou seja, caso algo semelhante a uma pandemia venha acontecer, teremos condição de triplicar o número de leitos”, acrescentou.

O governo ainda vai estudar o que será feito com a unidade do Barreiro após a transferência para o novo hospital, dentro de dois a três anos.

“A transferência de uma unidade para a nova, ela é mais ampla e obviamente vai necessitar de mais pessoas trabalhando nela. A discussão de como aproveitar melhor este prédio será feita. Estamos no Barreiro, com aproximadamente 250 mil pessoas que moram na região, certamente vamos aproveitar este equipamento da melhor forma. Vamos discutir dentro da Fhemig e com o município de Belo Horizonte onde está essa população tão vasta, e qual tipo de serviço é mais importante”, explicou o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.





O secretário comemorou o investimento. “Tenho mais de 10 anos de serviço público e vivenciei durante esse tempo o sucateamento da Fhemig. A gente sempre via os hospitais com teto infiltrado, equipamentos sucateados e sempre fazendo puxadinho. É importante fazer o investimento em um novo hospital totalmente moderno. O Hospital Raul Soares ano que vem vai completar 100 anos, temos 20 hospitais antigos que não foram feitos para serem hospitais como hoje precisamos para serviços de alta complexidade”, ressaltou.

“Durante décadas não teve nenhum investimento robusto e o Eduardo de Menezes mostrou a importância dele em vários momentos críticos. Quando veio a dengue, o H1N1, a febre amarela atendemos todos os pacientes graves, suspeita de ebola aqui que tem a referência técnica para este serviço. Com o coronavírus não foi diferente, como em fevereiro este hospital se vocacionou completamente para pandemia. Este é um legado que vai ficar para o serviço público de saúde, um hospital moderno e temos que aprender o que estamos vivendo. Não adianta a gente sair da pandemia do mesmo jeito que entramos”, concluiu.

Como foi informado pelo secretário, o Hospital Eduardo de Menezes teve grande atuação na pandemia de COVID-19. De janeiro de 2020 a 10 de novembro deste ano, o hospital recebeu 4.859 pacientes com suspeita de COVID-19, dos quais 2.431 foram confirmados para a doença. A unidade registrou 1.533 altas hospitalares entre os que testaram positivo.

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