O corte de 37% no orçamento do Ministério da Educação para as universidades federais e a inflação dos alimentos vão chegar à mesa dos restaurantes universitários da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e salgar o valor das refeições.
Antes da pandemia da COVID-19, o bandejão tinha o valor de R$ 6,10. Com o subsídio, os alunos pagavam R$ 3,10. Com a retomada das atividades, o valor poderá chegar a R$ 15 para a UFOP e mexer também no bolso dos estudantes, que poderão desembolsar cerca de R$ 7 por refeição, o que representa um aumento de 125,8%.
Antes da pandemia da COVID-19, o bandejão tinha o valor de R$ 6,10. Com o subsídio, os alunos pagavam R$ 3,10. Com a retomada das atividades, o valor poderá chegar a R$ 15 para a UFOP e mexer também no bolso dos estudantes, que poderão desembolsar cerca de R$ 7 por refeição, o que representa um aumento de 125,8%.
Em reunião do Conselho Universitário da Universidade Federal de Ouro Preto (Cune), nessa terça-feira (23/11), com o objetivo de definir as etapas da retomada em 100% das atividades presenciais previstas para março de 2022, o pró-reitor de Planejamento e Administração (Proplad), Eleonardo Lucas Pereira, disse que o aumento na alimentação é um problema que todas as federais vão enfrentar na retomada.
Segundo o pró-reitor, antes da pandemia, uma refeição no restaurante Universitário (RU) era R$ 6,10; a UFOP subsidiava R$ 3,10 e os alunos sem vulnerabilidade pagavam R$ 3. Os alunos cadastrados em situação de vulnerabilidade socioeconômica recebiam o subsídio integral.
No entanto, segundo Eleonardo, a comissão em estudo para abrir o processo de licitação de prestação de serviços de produção e distribuição das refeições para o RU em 2022 já encontrou preços que variam entre R$ 12 e R$ 15.
“Nós vamos licitar e talvez a gente consiga, com muito sucesso, estabelecer um valor abaixo de R$ 10. A Universidade de Viçosa conseguiu agora fazer a licitação do RU deles com R$ 9,10”.
Eleonardo Pereira atribui o preço mais salgado nas refeições do RU à onda de inflação nos preços do gênero alimentício que não foi refletida na Lei Orçamentária de 2021.
Além disso, houve um bloqueio de R$ 2,7 bilhões para o Ministério da Educação, sendo que as perdas orçamentárias previstas em todas as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) ficaram em R$ 1,4 bilhão.
“O nosso orçamento não teve aumento. Pelo contrário, foi suprimido”, disse.
Além disso, houve um bloqueio de R$ 2,7 bilhões para o Ministério da Educação, sendo que as perdas orçamentárias previstas em todas as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) ficaram em R$ 1,4 bilhão.
“O nosso orçamento não teve aumento. Pelo contrário, foi suprimido”, disse.
O pró-reitor afirma que, mesmo com os possíveis aumentos, os alunos em vulnerabilidade socioeconômica terão as refeições 100% subsidiadas pela UFOP.
A UFOP tem quatro restaurantes universitários que fornecem diariamente uma média de 5.500 refeições entre almoço e jantar a todos os estudantes em três cidades: Ouro Preto, Mariana e João Monlevade.
Todos eles são terceirizados e contam com uma equipe de 13 servidores do quadro efetivo da UFOP e 61 funcionários terceirizados distribuídos nos três campi.
Todos eles são terceirizados e contam com uma equipe de 13 servidores do quadro efetivo da UFOP e 61 funcionários terceirizados distribuídos nos três campi.
O bolso dos estudantes
A estudante de farmácia Ana Luiza Batista avalia que o RU é a opção mais acessível para muitos estudantes, tanto de vulnerabilidade socioeconômica quanto para os que não têm o subsídio integral.
Ela acredita que questão financeira e a distância entre a faculdade e a casa fazem com que muitos estudantes optem por fazer todas as refeições dentro da universidade.
Ela acredita que questão financeira e a distância entre a faculdade e a casa fazem com que muitos estudantes optem por fazer todas as refeições dentro da universidade.
“Acredito que o aumento no valor do RU representa a situação caótica que o país tem vivenciado no setor econômico. Como a inflação se encontra instável, já era esperado esse aumento”.
A estudante de matemática Juliana Simões também esperava que o aumento no restaurante iria acontecer e planejava que no retorno das atividade presenciais ela iria pagar no máximo R$ 5 em cada refeição.
A discente conta que mesmo não fazendo parte do grupo de vulnerabilidade depende do custo baixo para se alimentar porque não mora mais com os pais.
A discente conta que mesmo não fazendo parte do grupo de vulnerabilidade depende do custo baixo para se alimentar porque não mora mais com os pais.
“Apesar de ainda ser um valor acessível, vejo um absurdo esse possível aumento e deixo aqui o meu repúdio ao corte de verbas da educação nessa política de desmonte da educação pública. De toda forma, se chegar a R$ 14 que serão gastos por mim diariamente, sai muito mais em conta do que almoçar fora ou em qualquer outro lugar, além de ter uma refeição de qualidade. Então, não tenho muito o que reclamar, mesmo podendo chegar a R$ 7 a refeição, não tem muito pra onde correr”.