Uma assembleia realizada pelo Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), na noite desta quinta-feira (25/11) aprovou, por unanimidade, a instalação do estado de greve entre os trabalhadores do metrô de Belo Horizonte. A categoria reivindica participação direta no processo de privatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que administra o modal da capital.
Com o estado de greve aprovado, não há uma data definida para a paralisação geral. No entanto, o sinal verde dá autonomia para que a categoria possa fazer uma assembleia decidindo pela interrupção da prestação de serviços a qualquer momento.
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"A luz amarela foi acesa de que a qualquer momento podemos entrar em greve. Também foi aprovada, por unanimidade, a implementação da assembleia em caráter permanente. Isso significa que a qualquer momento, dispensada as formalidades, podemos chamar a categoria para uma assembleia para deliberar, inclusive sobre a greve", disse Machado Neto.
O presidente do sindicato disse que já enviou ofícios para que a categoria possa saber qual o futuro dos trabalhadores do metrô de Belo Horizonte. No entanto, a entidade ainda não foi respondida.
"Estamos tentando há algum tempo abrir um diálogo com o governo, tendo em vista que até agora o governo vem tomando todas as medidas para fazer a cisão de Belo Horizonte e a privatização, e nenhum momento cita qual será o destino dos trabalhadores do metrô e nem respondem aos nossos ofícios. Queremos abrir esse canal para poder ter oportunidade de manifestação e colocar as nossas ponderações, trabalhando no sentido de que os trabalhadores não sejam penalizados com essa decisão de privatizar o metrô", afirmou.
Mediação
No dia 15 de dezembro, o Sindimetro-MG e o governo federal terão uma audiência de mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT). A expectativa é de que seja apresentado um posicionamento acerca do futuro dos trabalhadores do metrô de BH. No entanto, caso não haja uma posição concreta, pode haver uma assembleia para definir uma data para a paralisação dos serviços.
"Vamos para a audiência em estado de greve. O governo não chegando com nada concreto na mediação, aí a gente, inclusive no dia seguinte, pode convocar uma assembleia para definir uma data de paralisação", concluiu.
O Estado de Minas entrou em contato com a CBTU e aguarda retorno.