Quem gosta de mato é onça, reza um dito popular. Mas quem disse que o felino não se sente bem no ambiente urbano, admirado dia e noite e numa interação permanente com pessoas de todas as gerações? Pois a prova maior está na exposição Jaguar Parade BH 2021, intervenção artística na capital mineira com mais de 61 esculturas da onça-pintada, espécie símbolo da fauna brasileira.
Em fibra de vidro, as obras destacam a cultura, valorizam a natureza e chamam a atenção de moradores e visitantes para a extinção do bicho, estando localizadas na maior parte ao ar livre. De Belo Horizonte, a mostra segue para Nova York em 2022, em parceria com as Nações Unidas.
Quem já encontrou uma onça-pintada no seu caminho, ao seguir para o trabalho, escola ou compras, não teve medo. Sentiu, na verdade, o maior carinho. “Fico feliz ao ver a onça na cidade, com elementos urbanos como o graffiti”, disse o professor e cantor Deusdeth Rodrigues Rocha, fazendo selfie e curtindo a obra “Marrotti”, do artista Mário Mariotte, na esquina da Rua da Bahia com Avenida Afonso Pena.
Natural de São Francisco, no Norte de Minas e residente no Bairro Padre Eustáquio, ele brincou: “Sou do interior, não tenho medo de onça. Admiro a arte.” Sem querer se identificar, um homem de terno passou perto e deu seu recado: “O que sai da floresta ou dos ateliês trazendo beleza faz bem à cidade”.
Esculturas atraem turistas
Na Praça Afonso Arinos, um grupo animado de turistas parou para tirar fotos. “Estou protegendo a onça”, disse, bem humorado, o fiscal de meio ambiente gaúcho Rafael Schvarzbolt, morador de Novo Hamburgo (RS). Ao lado, e também pela primeira vez em BH, a argentina residente em Búzios (RJ), Florencia Menino, contou ter se surpreendido com a exposição.
O grupo se conheceu há dias no Rio e veio a BH com a brasiliense Luiza Barros, fisioterapeuta atualmente trabalhando em Congonhas, na Região Central de Minas, e a baiana de Salvador, Raiane Correia, que é bióloga e bancária. “A iniciativa ajuda na preservação dos animais”, afirmou Raiane de olho na obra “Força Oposta”, de Luiza Xavier.
Na Avenida Augusto de Lima, perto do Mercado Central, a aposentada Helena Vilhena se disse encantada com a obra “Jaguar 2030 ODS”, de Lucas Fontana. Soltando os cabelos, declarou: “Sou uma leoa diante da onça”. Atleticana, acrescentou: “Atualmente, só penso no Galo, mas estou apaixonada por esse felino”.
Iniciativa de preservação
Segundo Caroline Barreto, diretora da Artery, empresa responsável pela concepção e organização da mostra, “as pessoas estão curtindo a exposição porque, além de plasticamente incrível, ela tem um papel fundamental na preservação da onça-pintada”.
Caroline diz que o leilão on-line das onças já está ocorrendo e que é possível adquirir as obras. “Metade do valor arrecadado será destinado para o Onçafari, entidade originalmente brasileira com foco na preservação da onça-pintada e de seu ecossistema”, explica.
A Jaguar Parade BH 2021, realizada pela Artery, conta com o patrocínio master da Unidas. Em Belo Horizonte, o Pátio Savassi é o shopping oficial da mostra que também tem patrocínio do BTG Pactual, Fairfax, Usina Laguna, Nutrire e Novotel.
Os organizadores informam que “chamar a atenção para a degradação da fauna silvestre do país, em especial da onça-pintada, que corre risco de extinção, por meio da democratização da arte é o principal objetivo do evento”.
Em material de divulgação da exposição, os organizadores citam a informação do Ibama de que “no Brasil, essa espécie é considerada vulnerável e já se enquadra na categoria ‘quase ameaçada’ de extinção.
Os organizadores informam que “chamar a atenção para a degradação da fauna silvestre do país, em especial da onça-pintada, que corre risco de extinção, por meio da democratização da arte é o principal objetivo do evento”.
Em material de divulgação da exposição, os organizadores citam a informação do Ibama de que “no Brasil, essa espécie é considerada vulnerável e já se enquadra na categoria ‘quase ameaçada’ de extinção.