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Estado de Minas EDUCAÇÃO

Alunos do Cicalt, em BH, temem fechamento da escola

Dificuldade para preencher as novas vagas a cada ano virou preocupação para os veteranos da escola pública técnica de Artes


29/11/2021 19:21 - atualizado 29/11/2021 19:21

fachada plug minas
Escola está localizada dentro do Plug Minas, no bairro Horto Florestal (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press- 27/05/2011)
Os alunos do Centro Interescolar de Cultura, Arte, Linguagens e Tecnologias (Cicalt), uma escola técnica da rede pública estadual, estão temendo o possível fechamento do local por falta de novos estudantes matriculados. Localizado no Bairro Horto Florestal, Região Leste de Belo Horizonte, o Cicalt oferece cursos profissionalizantes de Arte gratuitamente.
 
Atualmente, cerca de 430 alunos estão matriculados e desde o fechamento da Escola Estadual Professora Amélia de Castro Monteiro, que foi integrada ao Cicalt em 2021, os cursos técnicos não são os únicos oferecidos, já que também há turmas de ensino regular, Ensino Médio em Tempo Integral e Profissional e de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
 
Segundo um aluno do curso técnico de artes visuais, que preferiu não se identificar, quando o Cicalt era o programa 'Valores de Minas', os alunos tinham vale-transporte e vale-alimentação. Porém, no início de 2019, as aulas ficaram suspensas, após a transição do governo e depois, o programa foi extinto. 
 
De 'Valores de Minas', os cursos livres passaram a ser parte do Centro Interescolar de Cultura, Arte, Linguagens e Tecnologias, tornando-se uma escola pública. Após essa mudança, apenas a alimentação foi mantida, mas a ajuda de custo para os estudantes irem à escola, não. 
 
Ainda segundo o aluno, a escola atende, principalmente, estudantes de periferias, que não moram em BH e sem o vale-transporte ficaram impossibilitados de frequentar as aulas. 
 
"O programa foi extinto e virou Cicalt, com isso o vale-transporte foi suspenso em 2019, acarretando em muita evasão escolar, porque os eles (alunos) não tinham condição de ir. Muitos não trabalhavam, ou até tinham emprego, mas precisavam sustentar a família. Isso foi dificultando o acesso da escola para pessoas da Região Metropolitana", relata.
 
Aos poucos, os alunos estão sentindo que há, cada vez mais, dificuldades para preencher as turmas. Desde 2019, os próprios estudantes fazem campanhas para divulgar os cursos de música, dança, teatro, artes circenses, figurino, canto e artes visuais nas redes sociais ou em grupos de comunidades próximas.
 
"Já tem cerca de dois anos que estamos passando por isso, o aluno deveria se preocupar em estudar, mas estamos o tempo todo precisando defender e viabilizar os estudos. Principalmente trabalhando no atendimento da comunidade escolar propagando as vagas. Nós divulgamos para todos fazerem inscrição", diz o aluno de artes visuais. 
 
Para realizar as matrículas de 2022, a Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) criou um programa de pré-matrículas, em que os alunos recebem opções de escolas próximas às suas casas para se inscreverem. Esse método, porém, está deixando em desvantagem as vagas oferecidas pelo Cicalt.
 
"Quem tiver interesse em vaga das escolas públicas, deve fazer essa pré-matrícula. Fizemos algumas simulações no sistema e vimos que para o aluno fazer o cadastro e encontrar o Cicalt, precisa ter um CEP de Belo Horizonte. Se for de outra cidade, não encontra", afirma o estudante.
 
"Isso ameaça as vagas da escola, porque nem sempre conseguimos completar as 30 disponíveis por turno, para cada curso e em cada turma. Poucas pessoas sabem que há uma escola técnica pública de artes no estado. Há pouca divulgação por parte do governo, não vemos divulgação da arte na escola ou da própria escola, não vemos um esforço em propagar isso", finaliza.
 
O Estado de Minas procurou a SEE-MG para esclarecer se há possiblidade de fechamento da escola por falta de alunos, os motivos da suspensão do vale-transporte em 2019 e dos estudantes de cidades vizinhas não encontrarem o Cicalt entre as opções de matrícula.
 
Em nota, a Secretaria esclareceu que o atendimento aos estudantes do Cicalt segue normalmente e que não há qualquer intenção de fechamento da unidade de ensino. "Pelo contrário, o Governo de Minas está realizando importantes investimentos que vão oferecer melhor qualidade de ensino aos estudantes do Cicalt. A instituição foi contemplada no Programa Mãos à Obra na Escola, com recursos de R$ 370 mil destinados à reforma do prédio escolar", afirma a nota.
 
Sobre as vagas disponíveis apenas para estudantes de BH, a SEE- MG afirma que os  encaminhamentos dos estudantes pelo Sistema Único de Cadastro e Encaminhamento para Matrícula (Sucem) "é feito para as escolas mais próximas de suas residências, de acordo com a disponibilidade de vagas por turno, o espaço físico de cada escola, o tipo de atendimento prestado e o nível de ensino ofertado, sempre respeitando os critérios de alocação e desempate, previstos em resolução". 

Não houve retorno sobre a suspensão do vale-transporte aos estudantes matriculados.

Veja a nota na íntegra:

"A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) esclarece que o atendimento aos estudantes do Centro Interescolar de Cultura, Arte, Linguagens e Tecnologias (Cicalt), que fica dentro do PlugMinas, em Belo Horizonte, segue normalmente e que não há qualquer intenção de fechamento da unidade de ensino. Pelo contrário, o Governo de Minas está realizando importantes investimentos que vão oferecer melhor qualidade de ensino aos estudantes do Cicalt. A instituição foi contemplada no Programa Mãos à Obra na Escola, com recursos de R$ 370 mil destinados à reforma do prédio escolar. Cabe ressaltar ainda que com a absorção dos alunos da Escola Estadual Professora Amélia de Castro Monteiro pelo Cicalt, a SEE/MG fortaleceu o atendimento aos estudantes da comunidade da região, com turmas de ensino regular, Ensino Médio em Tempo Integral e Profissional e de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Atualmente, estão matriculados cerca de 430 alunos.  Os encaminhamentos dos estudantes pelo Sistema Único de Cadastro e Encaminhamento para Matrícula (SUCEM) é feito para as escolas mais próximas de suas residências, de acordo com a disponibilidade de vagas por turno, o espaço físico de cada escola, o tipo de atendimento prestado e o nível de ensino ofertado, sempre respeitando os critérios de alocação e desempate, previstos em resolução."
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira  



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