Cerca de 100 produtores estão com o pagamento atrasado pelas sacas de café depositadas em um armazém de Monte Belo, no Sul de Minas. A negociação é feita há mais de dois meses e os trabalhadores rurais seguem no prejuízo.
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Silvano conta que tem 58 sacas de café para receber. “Eu tinha deixado um restinho do ano passado e esse ano, levei um lote de 51 sacas de 13 quilos. O resto coloquei em outros armazéns. Sempre coloquei café lá, a sorte é que dessa vez eu reparti meu café. Porque já tomei prejuízo em uma situação anterior”, diz.
Ernesto é produtor de café há mais de 30 anos. Ele espera o pagamento pelas 30 sacas de café deixadas no armazém. “Não sei o que vai fazer, porque a gente precisa do dinheiro. Vendi o café para pagar um terreno e estou sem dinheiro no banco. Eles estão tentando negociar, mas não conseguem pagar”, ressalta.
Na última sexta-feira (26/11), os produtores foram surpreendidos com um bilhete deixado na porta do local assinado por Clóvis de Jesus Venâncio. “Por motivo de segurança, iremos manter fechado o escritório e o armazém. Estamos organizando a venda dos imóveis para suprir o máximo possível de nossos credores. Pedimos desculpas pelos transtornos, mas até vendermos os imóveis não haverá possibilidade de pagamentos. Através do Dr. Silvano de Paula Ferreira iremos mantê-los informados”, reprodução do bilhete.
Silvano foi escolhido para representar os produtores rurais e facilitar a comunicação com a empresa. “Marcamos uma reunião para esta quarta-feira (1/12), e eu fiquei de representante dos produtores para repassar as informações. Mas é difícil contato com ele”, diz.
O Estado de Minas tentou falar com o Clovis pelos telefones deixados no bilhete, no contato do armazém e pelo número pessoal do empresário, mas até o momento não tivemos retorno.