A Praça da Liberdade é um dos berços culturais de Belo Horizonte. Sua beleza arquitetônica atrai não só turistas, mas moradores da cidade. Na manhã desta terça-feira (30/11), uma atração a mais, que atraiu quem passava ou mesmo aqueles que foram ao local para visitar os museus, que estavam fechados. Uma exposição de carros antigos da Polícia Militar foi o centro das atenções.
Quatro músicos da Orquestra da Polícia Militar animavam o ambiente e ajudavam a atrair a atenção. Ana Cláudia Pasqualim, de 38 anos, estava com duas amigas e se sentiu atraída pelos carros. Estava passando pelo local e atravessou o asfalto em direção à praça, com as amigas.
Foi na direção dos carros, tirou o celular da bolsa e começou a fotografar. “Nossa, me lembrei do meu avô. Ele era apaixonado por carros antigos e se maravilhava com os carros da PM, esses antigos. Quando era pequena, levava eu e meus irmãos para passear no quartel do Prado, para ver os carros e os policiais.”
Próxima dela estava uma menina, Luana Alves, de 6 anos, que puxava o pai pelas mãos, Richarlyson Alves, de 46, que trabalha com desenvolvimento de sistemas de internet. A menina corria de carro em carro, da Veraneio para o Jeep, deste para o Fusca e daí para o Opala. Fazia questão de entrar no Fusca e fingir estar dirigindo.
O pai contou que estava de folga e resolveu levar a filha para conhecer o CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil). “Ao chegarmos lá, estava fechado. Foi quando vi os carros e achei que era uma boa oportunidade para ela conhecer os carros da polícia, que foram os grandes carros dos anos 1960 e 1970.”
O Fusca da PM, responsável pelas rondas dos anos 1960 e começo dos 1970, parecia ser o centro das atenções. Lá estava Eliete Rodrigues, de 62 anos. “Eu fiquei sabendo dessa mostra e resolvi vir com a minha filha. Lembra meu pai, Orlando, que era da PM. Ele trabalhava num carro igual a esse. É uma boa lembrança. Estou feliz.”
Um menino de três anos, Igor, que estava com a farda da PM, atraía a atenção de todos. Ele corria de carro em carro e se assentava ao volante. Estava lá com o padrasto, o militar Gilberto Senna, de 48 anos, que disse que o menino é alucinado por sua profissão. “Foi aí que resolvi trazê-lo. Consegui a farda emprestada, no quartel, 13º BPM, e vim com ele.” Mas tinha de dividir Igor com outras pessoas, pois todos queriam uma foto com um dos carros e o menino ao lado.
José Gabriel Felisberto, de 72 anos, fazia caminhada e ao ouvir a música se sentiu atraído e se fascinou com os carros. “Me lembro que uma vez, eu e uns amigos fazíamos, num domingo, um churrasco na Praça da ABC, no Funcionários. Éramos uns 16. Foi quando um Fusquinha, com dois policiais, parou e disse que não podíamos ficar ali, e que estávamos presos. Falamos: 'mas como vai levar todo mundo?'. Disseram que só dois iriam. Pois colocamos as churrasqueiras nos Jeeps, montados nos carros e fomos atrás. Na Lagoinha, o delegado entendeu e acabamos de fazer o churrasco na grama da delegacia. Ninguém foi preso.” José Gabriel disse isso e soltou uma gargalhada, garantindo que estava feliz pela lembrança da única vez que foi preso.
Mais atrações
A mostra é uma iniciativa que visa incrementar o turismo em Belo Horizonte, numa parceria entre a PM e a Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais (Secult). Segundo a capitã Layla Brunella, porta-voz da PM, essa foi a primeira de muitas iniciativas da parceria entre os dois órgãos.
No domingo, a mostra de veículos será realizada novamente pela manhã. Também no domingo haverá uma “Cantata” e uma “Vesperata”, com a Banda da Polícia Militar, na Praça da Liberdade. E às 9h, no Palácio da Liberdade, haverá uma cerimônia da troca da guarda.”
Uma outra novidade é que a partir da próxima terça-feira (7/12), os veículos expostos receberão guarnições, com dois policiais, passando a fazer o policiamento no entorno da Praça da Liberdade.