Blocos do carnaval de Belo Horizonte divulgaram, nesta quarta-feira (1/12), nota conjunta apoiando a não realização dos desfiles para a folia de 2022.
A nota é assinada pelo Santa Tereza Independente Liga (Si Liga), que congrega blocos de rua da Zona Leste de Belo Horizonte. Vinte e três blocos se reuniram em assembleia geral nessa terça-feira (30/11) para debater o carnaval.
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Sendo assim, "a orientação da nossa Liga apresentada aos blocos é que não realizem desfiles nem promovam aglomerações de rua. Ações nesse sentido seriam uma irresponsabilidade sob vários aspectos".
Os blocos anunciaram que optaram por não captar recursos na iniciativa privada para viabilizar a logística do carnaval de rua.
EVENTOS FECHADOS
Para que os blocos possam atuar de alguma forma no carnaval, numa luta pela sobrevivência, a Liga recomenda que eles procurarem realizar eventos fechados, com todas as medidas de segurança sanitária exigidas no período carnavalesco.
"Ao contrário de outras capitais com expressivos carnavais, a Prefeitura de Belo Horizonte não apresentou, ao longo do período da pandemia, nenhuma medida de proteção social à cadeia produtiva do carnaval", disse.
Entre os blocos que assinaram a nota estão: Bloco Luz de Tieta, Bloco dos Pescadores, Bloco Alalaor, Circo Marimbondo, Bloco da Esquina, Blocos Avôhai, Lindo Bloco do Amor, Volta Belchior, Bloco Emoções, Bloco Românticos são loucos, Bloco Cavalo Marinho de BH, Bloco dos Hermanos, Bloco da Cinara, Bloco Cidade Nova Pirô, Bloco Nada Santa e Os Inocentes de Santa Tereza.
O prefeito Alexandre Kalil (PSD) voltou a falar, nessa terça-feira (30/11) sobre a possibilidade de haver carnaval em Belo Horizonte no ano que vem. Em entrevista aos jornalistas que acompanharam a visita dele a uma obra de um conjunto habitacional na Região Centro-Sul, ele lembrou dos riscos da festa durante a pandemia, mas entende que participar ou não de possíveis aglomerações é uma decisão individual.
"Eu acho que esse cargo de juiz da população já deu. Todo mundo sabe o que está acontecendo, todo mundo lê jornal. O problema é juízo", enfatizou o prefeito, que também lembrou o surgimento da nova cepa do coronavírus, a ômicron, que classificou como "perigo iminente", embora, na avaliação dele, ainda não haja motivo para pânico.
Como o Estado de Minas mostrou no último domingo, uma pesquisa de opinião do Instituto Opus, encomendada pelo jornal, mostra que 78% dos moradores da cidade são contra a realização da festa popular. Para 85% dos que são contra a folia, o fato de a pandemia de COVID-19 não ter acabado é o principal fator. O índice de pessoas favoráveis ao carnaval de BH em 2022 é de 19%.
(Com informações de Cristiane Silva e Ana Mendonça)