O Sindicato das Empresas de Transporte Público de Belo Horizonte (SetraBH) protocolou na tarde desta quarta-feira (1º/12) uma petição no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG) para determinar que trabalhadores do transporte público da capital mantenham 100% da frota em circulação sob pena de aplicação de multa. Depois de não chegarem a acordo com a classe patronal, os funcionários decidiram retomar a greve a partir da meia-noite desta quinta-feira (2/12).
Na Justiça, o Setra-BH entrou com ação para pedir a renovação da ordem judicial para determinar à categoria laboral a imediata e irrestrita manutenção de todos os ônibus em circulação. Ciente do cenário de paralisação dos rodoviários, a BHTrans já havia divulgado comunicado afirmando que exigirá que pelo menos 60% dos veículos fiquem à disposição dos passageiros.
Os rodoviários decidiram pela greve depois de não chegar a acordo para reposição salarial de 9%, além da correção da inflação, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor), pagamento do ticket alimentação no período de férias, e um intervalo máximo de 30 minutos entre as viagens.
O Setra-BH havia feito proposta de aumento salarial de 9%, a ser pago a partir de dezembro de 2021, e reajuste de 9% no valor do ticket alimentação, mas a ideia não foi aceita pelos trabalhadores.
Em nota, o Setra-BH afirmou que apresentou contrapartida satisfatória aos trabalhadores do transporte público da cidade: “O SetraBH informa que, mesmo diante do absoluto esgotamento financeiro das empresas de transporte da capital e da impossibilidade de arcarem com qualquer acréscimo de custos do sistema, foi apresentada aos rodoviários, com o objetivo de cessar o movimento grevista e não prejudicar a população da capital, uma proposta de reajuste salarial de 9%, além de correção no auxílio alimentação no mesmo índice, dentre outras reivindicações da categoria”.
“Além da proposta apresentada ser satisfatória aos pleitos da classe laboral, o SetraBH formulou o mesmo índice proposto pelas empresas do sistema metropolitano e que foi aprovada em assembleia de 9 (nove) sindicatos de trabalhadores do transporte público da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH)”, acrescenta o comunicado.
Por fim, o sindicato patronal diz ter se surpreendido com a retomada da greve: “A notícia de rejeição da proposta por parte dos rodoviários da capital com a consequente retomada do movimento grevista a partir da meia-noite desta quinta-feira, dia 2 de dezembro de 2021, além de causar estranheza, sinaliza que a intenção desses trabalhadores é fazer uso da paralisação que muito prejudica toda a sociedade em detrimento de ganhos inviáveis e que jamais serão concedidos por parte das empresas”.
Entenda a greve
Sem reajuste salarial há dois anos, os rodoviários cruzaram os braços em 22 de novembro. Com a promessa de uma análise sobre as reivindicações pela classe patronal, a greve foi suspensa em pouco mais de 24 horas.
Um prazo foi estipulado e o Setra-BH se comprometeu a enviar uma proposta de reajuste salarial até essa terça-feira (30/11). Os motoristas se reuniram em assembleias pela manhã e na tarde de hoje, onde decidiram, por maioria, a retomada da paralisação.