A quinta-feira (2/12) promete transtornos e morosidade aos usuários do transporte público de Belo Horizonte. Com a greve dos motoristas de ônibus, deflagrada à meia-noite, ao menos 912, dos 2.281 coletivos disponíveis na capital – dados da BHTrans –, devem parar de circular.
Isso significa que cerca de 1,2 milhão de pessoas – média diária de passageiros do município – contarão com apenas 60% da frota total para se deslocar.
O percentual mínimo de operação do transporte coletivo foi definido na noite de ontem (1º/12) pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-MG). O descumprimento da decisão judicial acarreta multa de R$ 50 mil ao Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH), que articula a paralisação.
Os grevistas também não podem promover depredações no patrimônio das empresas concessionárias, ou impedir a entrada e a saída dos empregados que queiram ocupar seus postos de trabalho.
Metrô reforçado
O metrô pode ser uma alternativa para evitar a longa espera nos pontos de ônibus da capital. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos de Belo Horizonte (CBTU/BH) informou que vai reforçar as viagens hoje.
Segundo comunicado divulgado ontem pela CBTU, haverá mais trens disponíveis à população enquanto durar a greve. A companhia pretende substituir os veículos simples (de 4 carros) pelos acoplados (de 8 carros), de acordo com a demanda nas estações.
Outra medida anunciada é a manutenção por mais tempo do intervalo de sete a 10 minutos entre as viagens, normalmente adotado nos horários de pico.
Entenda a greve
Os rodoviários alegam estar sem aumento há dois anos e reivindicam reajuste de 9%, mais correção dos vencimentos pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC). Outras pautas do movimento são: retorno do ticket nas férias, pagamento do abono 2019/2020 e fim da limitação do passe livre.
A categoria chegou a cruzar os braços em 22 de novembro, mas suspendeu a greve 24 horas depois, após a sinalização de um acordo pelo Sindicato das Empresas de Transporte Público de Belo Horizonte (Setra-BH).
A proposta apresentada pela classe patronal, no entanto, não agradou aos motoristas, já que contempla o aumento de 9%, mas exclui a reposição salarial pela inflação, principal bandeira do movimento grevista.
Após duas assembleias realizadas ontem, os trabalhadores decidiram, então, retomar a paralisação.