Driblar a greve dos motoristas de ônibus, deflagrada em Belo Horizonte na madrugada desta quinta-feira (2/12), custou caro a muitos usuários.
Quem optou pelas corridas de aplicativo, em alguns casos, chegou a pagar 380% a mais pela corrida. Caso de quem se deparou com a falta de coletivos na Estação Venda Nova, na Rua Padre Pedro Pinto, onde nenhuma lotação passou entre 0h e 10h da manhã.
- Leia: Usuários encaram filas, atrasos e pagam o dobro por corrida de aplicativo
- Leia: Usuários encaram filas, atrasos e pagam o dobro por corrida de aplicativo
Por volta de 9h30, uma viagem do local até o Centro da cidade, que normalmente custa R$ 25 reais, estava cotada em aproximadamente R$ 120. "A empresa onde eu trabalho vai pagar a corrida. O problema é que não acho um carro disponível", queixa-se a assistente administrativa Andreia Santos.
A massoterapeuta Sabrina Araújo trabalha na Savassi e desistiu de pegar um carro ao ver o preço estimado do deslocamento. "R$ 100, não tem a menor condição. O jeito é esperar pelo ônibus mesmo ou que a empresa me libere do serviço", conforma-se a trabalhadora.
Por volta de 7h30, cuidadora Renata Francisca solicitou o transporte via app da Estação São Gabriel até o Planalto. Pagou o dobro do preço.
"Eu estou grávida, tenho um pré-natal marcado no Planalto. A corrida aqui do São Gabriel até lá costuma dar R$12. Vou pagar R$ 25", relata a jovem.
Entenda a greve
Os rodoviários alegam estar sem aumento há dois anos e reivindicam reajuste de 9%, mais correção dos vencimentos pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC). Outras pautas do movimento são: retorno do ticket nas férias, pagamento do abono 2019/2020 e fim da limitação do passe livre
A categoria chegou a cruzar os braços em 22 de novembro, mas suspendeu a greve 24 horas depois, após a sinalização de um acordo pelo Sindicato das Empresas de Transporte Público de Belo Horizonte (Setra-BH).
A proposta apresentada pelo Setra-BH, no entanto, não agradou aos motoristas, já que contempla o aumento de 9%, mas exclui a reposição salarial pela inflação, principal bandeira do movimento grevista.