Uma nova audiência de conciliação entre o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (STTR-BH) e a classe patronal de Belo Horizonte foi marcada para esta sexta-feira (3/12), às 10h. A nova rodada de negociação foi convocada, em caráter de emergência, pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG).
Os motoristas de ônibus cruzaram os braços, mais uma vez, no início da madrugada desta quinta-feira. As expectativas do encontro giram em torno da formalização de um acordo que pode encerrar, de vez, a paralisação na capital mineira.
A categoria, que negou a primeira proposta do Sindicato das Empresas de Transporte Público de Belo Horizonte (Setra-BH), espera que, desta vez, os anseios da classe trabalhadora sejam cumpridos.
“Da nossa parte estamos fazendo o possível para que essa greve não vá para frente”, afirma o presidente do STTR, Paulo César. O sindicalista reitera a importância de um acordo que contemple a principal reivindicação da categoria: o reajuste salarial de 9%, junto a correção da inflação pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC).
Além das bandeiras sociais como a garantia de um intervalo máximo de 30 minutos entre as viagens e o pagamento do ticket alimentação durante as férias.
Acordo de frota mínima
Em entrevista coletiva na tarde de hoje, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), afirmou que "mais uma vez, não foi cumprida a determinação da Justiça". Kalil comentava sobre a greve dos motoristas e afirma que espera que a situação seja resolvida entre os sindicatos patronal e dos trabalhadores.
Em contrapartida, o STTR-MG negou a declaração da Prefeitura de Belo Horizonte e defendeu o cumprimento da frota mínima. “Nós estamos procurando respeitar sim. A orientação é que respeite os 60% acordado”, defende o presidente do sindicato.
Para Paulo, ainda, a declaração pública de Kalil é descabida e injusta. “É muito fácil para uma pessoa que fica atrás de uma cadeira, que não pega no volante, aplicar multa e exigir situações”, explica. “Nós queremos que volte 100% da frota, mas não depende da gente. Depende da iniciativa dos órgãos competentes”, completa o sindicalista.
Mais de 24 horas se passaram desde a reprovação, pela categoria, da proposta da classe patronal. “Estamos aguardando, não está nas nossas mãos mais. Mas a orientação do sindicato é respeitar todas as orientações da justiça”, concluiu Paulo.