Um homem de 49 anos foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por estupros em série de crianças e adolescentes em uma comunidade rural de Arinos, município do Noroeste do estado. Os crimes estariam ocorrendo há 23 anos, quando o denunciado, foragido do Rio de Janeiro, foi morar na localidade. A prisão do investigado aconteceu em 28 de outubro. Ele também foi denunciado por apresentação de identidade falsa à época da detenção.
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De acordo com a denúncia, o homem, após chegar na zona rural, fez amizade com os moradores da região e passou a frequentar a casa de vários deles. Com o acesso livre, ele começou a ter contato com as vítimas. Nesse sentido, ele as atraia com balas e dinheiro para locais ermos. Para obrigá-las a ter relações sexuais, elas e seus familiares eram ameaçados de morte por ele.
“Para não ser descoberto, além de usar dessas ameaças, o investigado mantinha fortes laços de amizade com os parentes das vítimas, como forma de desacreditar qualquer acusação”, detalha o MPMG.
Vítimas desacreditadas
A Promotoria de Justiça de Arinos também traz à tona que as crianças e adolescentes foram chamados de mentirosos por membros da comunidade e de terem sido os causadores do estupro. Várias das vítimas, de acordo com a peça acusatória, relataram problemas psiquiátricos, como depressão, em razão da violência e das acusações.
Investigado pode ser condenado a mais de 70 anos de prisão
Na denúncia, o promotor de Justiça Ederson Morales Novakoski pediu, ainda, que a prisão do homem seja convertida em preventiva. Atualmente, ele encontra-se em uma unidade prisional de Unaí, também no Noroeste de Minas.
O Código Penal prevê penas que variam de oito a 20 anos de reclusão para crimes de violência sexual. Caso condenado por todas as acusações, ele pode ser sentenciado a mais de 70 anos de prisão.
Denúncias
Casos de violência sexual contra crianças e adolescentes podem ser comunicados ao Conselho Tutelar, à Polícia Civil, ao próprio Ministério Público ou por meio do Disk 100.
Entenda o caso
O ciclo de violência e abusos começou a ser quebrado quando quatro mulheres decidiram ir até a delegacia de polícia relatar o que havia acontecido quando eram crianças.
Depois da denúncia inicial, os policiais descobriram novas vítimas. Em 19 de outubro, uma das testemunhas relatou que o suspeito, um dia depois de chegar a uma fazenda, local onde teria sido acolhido, começou a abusar sexualmente da filha do dono da casa que o hospedou.
Essa prática teria durado anos, não só com essa vítima, mas com várias outras crianças – geralmente meninas entre 6 e 11 anos, que eram obrigadas a manter relações sexuais com o investigado.
As vítimas, em seus depoimentos, contaram o mesmo 'modus operandi' do estuprador, que sempre utilizava os mesmos locais e fazia o mesmo tipo de ameaça.
Depois da prisão do investigado, outras testemunhas foram ouvidas, entre elas uma que contou que o suspeito tentava agradar sua filha de apenas 2 anos. “Ele pedia pra passear sozinho com minha filha”, contou.