Nesta terça-feira (7/12) o governo federal definiu que que não exigirá o comprovante de imunização de viajantes para a entrada no Brasil. O país solicitará aos turistas não vacinados uma quarentena de cinco dias após a entrada no país. Em entrevista ao Estado de Minas, o infectologista Carlos Starling, do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 de Belo Horizonte, classificou a decisão como 'equivocada'.
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Há cerca de um mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou que o Brasil adote a exigência do comprovante de vacinação contra a COVID-19 para a entrada de viajantes.
Entretanto, a recomendação não foi acatada e no lugar de um comprovante, a regra será quarentena de cinco dias e, passado esse tempo, um novo teste de COVID-19 deve ser realizado. Somente com resultado negativo os viajantes ficarão liberados para circular pelo país.
"Mais uma das decisões equivocadas, porque enquanto o mundo inteiro exige vacina, nós estamos exigindo quarentena. Isso não faz o menor sentido. No fundo, é uma tentativa de esconder o constrangimento do governo federal em relação ao presidente. Se estabelecer uma regra de vacinação e ele sair do país, não poderá voltar", afirma o infectologista Carlos Starling.
O membro do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 de BH, relembrou o caso de Bolsonaro comendo pizza na rua, em Nova York, por não estar vacinado contra a doença. "Já foi muito constrangedor pra nós vermos o representante do país comendo pizza em pé, no meio da rua. Mais constrangedor ainda será estabelecer um passaporte vacina, ele sair e não poder mais entrar".
Belo Horizonte
Em BH, ainda não há um passaporte vacina para participar de todas as atividades da ciadade, entretanto, existem regras para eventos, casas de shows e espetáculos, casas de festas, danceterias, estádios entre outros.
Os participantes devem apresentar resultado negativo para a COVID-19 em teste do tipo RT-PCR ou Teste Rápido de Antígeno realizados até 72 horas antes da atividade ou a apresentação de comprovante de vacinação da segunda dose ou de dose única da vacina contra a COVID-19.
Entretanto, não é possível que a cidade exija um comprovante de vacinação para viajantes, pois essa decisão deve ser federal, já que compete às fronteiras do país. "Aqui (BH) não podemos exigir um passaporte de vacinação para viajantes, isso é determinação federal.
"Essa autonomia de estabelecer uma barreira sanitária em Confins, por exemplo, não é de competência da PBH, até mesmo por se tratar de outro município. Mas um turista que vier para cá, não poderá aproveitar diversas atividades, que já elas exigem a vacinação. Agora, essas regras podem ficar até mais rígidas, dependendo da situação, com obrigatoriedade para restaurantes, por exemplo", afirma o infectologista.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.
Com informações de Maria Eduarda Cardim do Correio Braziliense
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