A 32ª edição da Feira Nacional de Artesanato no Expominas, no Bairro Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte, promove o encontro de milhares de artesãos e consumidores de todo o país até domingo. O evento, que tem como tema este ano Rotas do Brasil, começou na terça-feira e, com o avanço da vacinação contra a COVID-19, nesta edição permitiu maior flexibilização das medidas sanitárias de prevenção contra o coronavírus.
A feira conta com 620 estandes e espera um público de 100 mil pessoas. Uma novidade é a volta de shows e atrações artísticas e culturais, que foram suspensos na edição de 2020 por causa da pandemia. Neste ano, serão cerca de 30 atrações de música e dança, além de cortejos folclóricos que percorrem todo o espaço da exposição.
Mônica Geralda Rosa expõe seus bordados no estande do Distrito Federal. Ela é mineira de Patos de Minas, mas mora em Brasília. “Ontem, o movimento não estava bom. Mas hoje a feira está ótima, muito movimentada. Não parei de vender um minuto. É a melhor feira de que participo desde 2017. Nunca vendi tanto”, comemora. Ela conta que fez um intervalo nas vendas e também aproveitou para comprar licores e doces. “Fui logo pegar, senão eu sei que não consigo levar para casa, porque vai vender tudo.”
Além de expor seus trabalhos na feira, Mônica foi convidada a participar do projeto Borda Mariana, ensinando mulheres afetadas pelo rompimento da Barragem do Fundão, na cidade histórica mineira. A artesã explica que conheceu a criadora do projeto em uma feira de bordados e rendas, em Brasília. “A gente fez um combinado de eu ir a Mariana, dar aula presencialmente para as afetadas. Só que veio a pandemia, então ela me desafiou a fazer vídeos.”
Nos vídeos, Mônica ensinou as alunas a bordarem cinco monumentos da cidade histórica em toalhas. Foram montados kits com esse material e enviados para 300 agências turísticas de todo o Brasil para divulgar Mariana. A artesã gostou tanto da experiência que planeja criar um canal no YouTube para ensinar os bordados.
Superação por meio do trabalho
Outra expositora é Iris Ferreira Lana, que vende peças de cama, mesa e banho no estande do Vale do Jequitinhonha e participa do evento desde 2003. Ela conta que o movimento está bom, mas as vendas, nem tanto. “O povo está sem dinheiro, não está comprando muito, não. Hoje (ontem), pelo menos, não vendi nada.”
Para ela, apesar de este ano a feira estar bem movimentada, as pessoas têm comprado menos que em anos anteriores. Iris é moradora de Barra Longa, distrito de Mariana, que foi atingido pelo rompimento da Barragem do Fundão. “Fui uma das atingidas. Fui fortemente afetada, perdi todo o meu material de trabalho, tudo o que estava dentro da casa.” Ela conta que se reergueu com o trabalho dos bordados. “Vou me recuperando aos poucos.”
" Não parei de vender um minuto. É a melhor feira de
que participo desde 2017. Nunca
vendi tanto”
Mônica Geralda Rosa,
que expõe seus bordados e participou de aulas virtuais da atividade para mulheres atingidas pela tragédia de Mariana
Em família
Ana Flávia Machado Dias veio a BH especialmente para visitar a feira. Ela nasceu em Ipatinga, no Vale do Aço, mas mora em Campinas (SP). “Eu amei, vim de Campinas só para ver essa feira maravilhosa. Meu pai já expôs aqui e sempre falou bem dela. Ele faz brinquedos pedagógicos. Peguei um ônibus às 21h de ontem e estou voltando em outro hoje, também às 21h, porque trabalho amanhã.” Os pais dela saíram de Ipatinga e a família se encontrou para visitar o evento.
Depois de passear pelos estandes, Ana Flávia diz que viu muitas coisas bonitas. “Tem de tudo um pouco: crochê, bolsas de vários tipos de tecido, pedras, enfeites, panos de prato mais sofisticados, produtos em madeira, bijuterias...”
Apesar de se encantar por tantos produtos, ela acabou não fazendo muitas compras. “Comprei só uma máscara, porque vim mais para ver a exposição mesmo. Mas a vontade é comprar um produto de cada barraca, porque tem cada coisa divina”, se diverte.
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz
Visite
32ª Feira Nacional de Artesanato
Data: Até domingo (12/12)
Local: Expominas - Avenida Amazonas, 6.000. Bairro Gameleira, Belo Horizonte
Horários: quinta e sexta, das 14h às 22h; sábado, das 10h às 22h, com entrada até as 21h; e domingo, das 10h às 21h, com entrada até as 20h
Ingressos: R$ 20 (para qualquer dia do evento)
Vendas: www.feiranacionaldeartesanato.com.br
Instagram: @feiranacionaldeartesanato
Facebook: /feiranacionaldeartesanato
Leia mais sobre a COVID-19
Confira outras informações relevantes sobre a pandemia provocada pelo vírus Sars-CoV-2 no Brasil e no mundo. Textos, infográficos e vídeos falam sobre sintomas, prevenção, pesquisa e vacinação.
- Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil e suas diferenças
- Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades
- Entenda as regras de proteção contra as novas cepas
- Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
- Os protocolos para a volta às aulas em BH
- Pandemia, epidemia e endemia. Entenda a diferença
- Quais os sintomas do coronavírus?
Confira respostas a 15 dúvidas mais comuns
Guia rápido explica com o que se sabe até agora sobre temas como risco de infecção após a vacinação, eficácia dos imunizantes, efeitos colaterais e o pós-vacina. Depois de vacinado, preciso continuar a usar máscara? Posso pegar COVID-19 mesmo após receber as duas doses da vacina? Posso beber após vacinar? Confira esta e outras perguntas e respostas sobre a COVID-19.