Jornal Estado de Minas

LUTO EM UBERABA

Respeitado professor de Uberaba morre de câncer aos 71 anos

O professor Décio Bragança morreu em Uberaba, no Triângulo Mineiro, na manhã desta quinta-feira (9/12) aos 71 anos, vítima de câncer. Conhecido e respeitado na cidade - principalmente nos meios escolar e universitário devido aos 50 anos dedicados ao ensino da Língua Portuguesa e história -, Décio lecionou nos colégios Marista Diocesano e Nossa Senhora das Dores, na Faculdade de Ciências e Letras Santo Tomás de Aquino (Fista) e atuava na Universidade de Uberaba (Uniube).




 
Em julho deste ano, o educador, natural de Itabira (MG), lançou o seu 4º livro. A publicação “Encontros Eternos: Diálogo possível entre Deus e os Homens” retrata encontros entre homens e Deus no século 31, dez séculos à frente, portanto, quando conversam sobre fatos passados na Terra nos séculos 20 e 21.
 
Segundo a nota de falecimento da Uniube, o sepultamento do professor acontece no Cemitério São João Batista, às 17h30. Ele deixa esposa e três filhos.
 
A nota de pesar da Uniube destaca ainda que Décio Bragança ficou conhecido pela maneira irreverente de ensinar e deixa um legado e um marco na vida de todos que foram seus alunos, colegas de trabalho e amigos.
 
“A arte de ensinar corria pelas veias do professor de sorriso largo e jeito inesquecível de ser. Respeitado e conhecido professor de Língua Portuguesa e história há mais de 50 anos, para ele a verdadeira educação era seguida pela libertação através do amor", diz trecho do comunicado.




 
"Autor de diversas obras, sendo a mais recente “Encontros Eternos: Diálogo possível entre Deus e os homens", lançada em julho deste ano, Décio gostava de envolver os ensinamentos da formação em Teologia e dos aprendizados seminaristas nos livros que escrevia. O grande mestre se foi, mas sua obra não”, finaliza nota de pesar da Uniube.
 
O seu mais recente livro "Encontros Eternos: Diálogo possível entre Deus e os homens" foi lançado em e-book e está disponível para compra no site da Amazon.
 
Segundo informações do professor, repassadas ao site da Uniube na época em que lançou o seu mais novo livro, o mesmo não tem um roteiro preestabelecido nos diálogos, sendo que os assuntos vão surgindo de acordo com a necessidade de aparição de cada personagem.
 
Ao todo, são 237 páginas divididas em capítulos não sequenciais. Para ele, dividir em capítulos sem uma ordem cronológica dá a liberdade para o leitor seguir com a leitura da forma que quiser. 




 
O professor declarou que uma das maiores preocupações do livro é refletir sobre o amor e misericórdia de Deus e empatia dos homens, mas sem citar, de fato, uma religião específica, mesmo se tratando de espiritualidade.
 
"Muitos textos com a pretensão de serem religiosos ultrapassam a linguagem comum, aproximando-se da sofisticação e erudição. Quis fazer, não sei se consegui, o contrário: usar uma linguagem simples e usual para falar e escrever sobre tantos mistérios e crenças. Houve uma preocupação: não colocar em xeque nenhuma religião, apesar de minha formação ser católica", afirmou.
 

Luto de três dias

 
Em nota divulgada à imprensa, a Prefeitura de Uberaba lamenta a morte do professor e afirma reconhecer a relevância dele na formação de vários profissionais.
 
"O Governo Municipal decreta luto oficial de três dias e externa os sentimentos a todos os familiares e amigos desse importante cidadão que muito contribuiu no desenvolvimento de Uberaba", diz a nota.

 

 

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