Um homem de 36 anos, indicado como principal líder de uma organização criminosa no Bairro Paulo VI, Região Nordeste em Belo Horizonte, foi preso nessa terça-feira (7/12), em uma ação policial. A prisão aconteceu em Ibirité, Região Metropolitana, pela equipe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
De acordo com informações da Polícia Civil, o homem é suspeito de envolvimento em, pelo menos, sete homicídios relacionados a tráfico de drogas, que ocorreram entre o fim de 2019 e o primeiro semestre de 2020.
Segundo os policiais, na abordagem, o sujeito apresentou documentos falsos e disse que seu CPF, a identidade e o certificado de reservista foram adquiridos no estado do Pará.
CONFLITO ENTRE FACÇÕES
Em comunicado, o chefe da Divisão Especializada em Investigação de Crimes Contra a Vida (DICCV), Frederico Abelha, explicou que na região do Paulo VI existe um conflito antigo entre duas facções criminosas e que isso, possivelmente, resultou em todas as mortes.
"O líder dessa organização criminosa era foragido da Justiça, já que ele estava preso e ganhou o benefício de saída temporária, e não voltou", explica o chefe da Divisão.
O suspeito cumpria pena por homicídio cometido em 2005 e também tinha um mandado de prisão devido a outro assassinato, esse ocorrido em 2004. Segundo a polícia, ele estava foragido desde o fim do ano passado e eles acreditavam que ele já planejava voltar para a região onde era conhecido como líder do tráfico.
INVESTIGAÇÕES
O delegado que coordenou as investigações, Leandro Alves, informou que, por meio de levantamentos, os policiais identificaram um conflito entre as duas facções formado a partir da morte de um traficante em 2011 e, com isso, investigaram a relação com os índices de mortes registradas no bairro.
Na ocasião, uma das facções seria a do suspeito de 36 anos, que decidiu seguir sozinho no tráfico do bairro após a prisão do líder do outro grupo, em 2019.
De acordo com as informações, durante as investigações, oito integrantes das duas facções rivais foram presos pela PCMG.
"Essa prisão fecha a Operação 360 graus, realizada justamente por conta dessa 'guerra' no Paulo VI. Conseguimos prender todos os executores naquela época e ainda continuávamos monitorando os líderes que emitiam as ordens", informa o delegado Leandro Alves.
*Estagiário sob supervisão da editora-assistente Vera Schmitz