Jornal Estado de Minas

CHUVAS

Mais de 11 mil pessoas atingidas pelas chuvas no Norte de Minas

 

As chuvas que atingiram os vales do Jequitinhonha, do Mucuri e do Rio Doce nos primeiros 12 dias de dezembro (274 milímetros) já superam em 47% a média histórica pluviométrica dessas regiões de todo o mês, que é de 186 milímetros. O levantamento é do meteorologista Ruibran dos Reis, do Climatempo, que também aponta que há mais de 40 anos não era registrado volume de chuva tão elevado nas referidas regiões.




 
A chuvarada em Minas acarreta destruição e mortes. De acordo com o balanço da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec-MG), na atual temporada, cinco pessoas perderam a vida em consequência dos temporais no território mineiro. Até ontem, as enchentes deixaram 9.565 pessoas desalojadas e outras 1.979 desabrigados, totalizando 11.544 atingidos.
 
A grande maioria desse contingente de vítimas das chuvas – 10.113 pessoas, sendo 8.226 desalojados e 1.887 desabrigados, é formada por moradores dos Jequitinhonha, do Mucuri e do Rio Doce, que, historicamente castigadas pelas longas estiagens, tal como o Norte de Minas, que, agora, também tem problemas com as fortes chuvas.
 
Na última sexta-feira, o governador Romeu Zema (Novo) visitou as áreas mais castigadas  no vales do Jequitinhonha e do Rio Doce (nos municípios de Águas Formosas e Machacalis) e anunciou medidas de apoio as vítimas, entre elas o envio de colchões e cestas básicas, que já começaram a chegar. No mesmo dia, o governo estadual publicou decreto reconhecendo a situação de emergência, devido aos estragos das chuvas, em 31 cidades.




 
No sábado, os desabrigados tiveram um novo alento. O Governo Federal anunciou a liberação dos saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pela Caixa Econômica Federal para os atingidos pelas enchentes em Minas Gerais e Bahia.

Na manhã de domingo (12/12), o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou as áreas castigadas pelas fortes chuvas em Porto Seguro, no litoral baiano. A região é muito procurada pelos mineiros, sobretudo, nas férias de fim de ano. 
 
Conforme os dados levantados por Ruibran do Reis, os vales do Jequitinhonha, Mucuri e do Rio Doce vêm registrando quantidades de chuva acima da média histórica desde outubro, quando tiveram uma média de 130 milímetros (enquanto a média histórica do mês é de 74 milímetros.



Em novembro, as precipitações alcançaram 212 milimetros, também acima da média histórica das regiões no mês (176 milímetros). Segundo ele, na semana que inicia nesta segunda-feira, a chuvarada vai diminuir no Nordeste e Leste de Minas. “A previsão para a semana é da possibilidade de chuvas isoladas, das famosas chuvas de verão, nada significativo”, afirma.
 
No entanto, os municípios dessa parte de Minas devem se preparar para o enfrentamento de mais temporais, com riscos de inundações e danos, no final deste mês. De acordo com a previsão, a chegada de uma nova frente fria em Minas Gerais, entre os dias 20 e 30 de dezembro, atingindo os vales do Jequitinhonha, do Mucuri e do Rio Doce, onde o volume acumulado no mês deverá ser superior a 400 milímetros.

“Fortes chuva ainda estão esperadas para essas regiões. Vamos ter novamente problemas com de inundações e de temporais”, alerta o especialista, lembrando que a previsão é que alguns municípios do Norte de Minas também terão fortes chuvas no mesmo período.




DONATIVOS

Machacalis (7.110 mil habitantes), uma das cidades mais castigadas pelas inundações recebeu no fim de semana um carregamento de donativos enviados pela Defesa Civil Estadual para os desabrigados. Conforme a prefeitura, chegaram ao município 10 colchões, 30 cestas básicas, 15 kits de limpeza, 60 litros de Água sanitária, roupas e outros itens destinados às cerca de 400 pessoas desabrigadas das chuvas, instadas em cinco locais da cidade (escolas, igrejas e creches).
 
As fortes chuvas dos últimos dias provocaram danos no Norte de Minas, nas cidades de Monte Azul, Serranópolis de Minas, Salinas e Fruta de Leite. Ainda no Norte do estado, o Rio São Francisco teve o seu volume elevado e subiu cerca de 4 metros acima do seu leito normal em Pedras de Maria da Cruz.

A Defesa Municipal de Pedras de Maria da Cruz monitora a situação, para eventualidade de remover famílias de comunidades barranqueiras e de moradores das ilhas do Velho Chico. Mas, ainda não houve essa necessidade. No município de São Francisco, segundo a Defesa Civil local, o Velho Chico subiu 4,5 metros acima do nível normal. No entanto, não houve problemas com inundações.
 

audima