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Estado de Minas CRIME

Sargento dos Bombeiros que tentou matar jovem com nove tiros é indiciado

Polícia Civil de Montes Claros concluiu inquérito do crime ocorrido em 27 de outubro; militar é acusado de homicídio triplamente qualificado


16/12/2021 17:11 - atualizado 16/12/2021 19:52

Comandante do Corpo e Bombeiros de Montes Claros e delegado Bruno Rezende
Comandante do 4º Cob do Bombeiro Militar, tenente-coronel Fernando Augusto, e o delegado Bruno Rezende (C) (foto: PCMG)

A Polícia Civil de Montes Claros, no Norte de Minas, concluiu o inquérito e indiciou, nesta quinta-feira (15/12) o sargento do Corpo de Bombeiros, por tentativa de homicídio triplamente qualificado. O crime ocorreu em 27 de outubro, no Bairro São José, em Montes Claros, Região Norte do estado.

O sargento é acusado de desferir nove tiros na vítima, um jovem, de 21 anos, no interior de um bar. O crime foi filmado por câmeras de segurança do estabelecimento comercial e por pessoas que estavam no local.


Nas investigações, os policiais verificaram que a vítima teria trocado mensagens íntimas com a filha do suspeito, cerca de quatro anos atrás. Na época, a menina tinha 10 anos e a vítima, 17.


O jovem teria contado para amigos em comum com os familiares da menor sobre as fotos, episódio que chegou ao conhecimento dos pais dela, que decidiram não registrar ocorrência.


No dia do crime, segundo o delegado Bruno Rezende, durante a noite, o suspeito estava com a família em um bar e a filha dele avistou a vítima no local. O investigado decidiu conversar com o jovem, o que originou uma discussão. “A discussão ficou mais acirrada entre a esposa do suspeito e a vítima. Nesse momento, o bombeiro desferiu um soco no jovem, que se levantou da mesa e foi em direção ao banheiro.”


O bombeiro foi atrás da vítima e efetuou vários disparos. Foi realizado exame de corpo de delito, o qual apontou nove ferimentos de bala na vítima, inclusive na região lombar. O jovem foi socorrido e levado para um hospital da cidade e permaneceu internado por várias semanas.


O bombeiro deixou o local com a família e depois disso, desapareceu. No dia seguinte, se apresentou na Delegacia de Homicídios, onde prestou declaração e entregou a arma utilizada por ele, uma pistola calibre 9mm. A mulher e a filha dele também foram ouvidas na unidade.


O delegado Resende diz que o bombeiro alegou que agiu em legítima defesa, estratégia que não se sustentou, em virtude dos depoimentos e das imagens colhidas do local. “Ele teve várias oportunidades para parar com as agressões e descarregou a arma em direção ao jovem, inclusive quando a vítima estava de costas.”


O delegado solicitou ao Poder Judiciário a decretação da prisão temporária e, também representou pela preventiva do suspeito, mas a Justiça deferiu medidas restritivas distintas da prisão.


O comandante do 4º Cob do Bombeiro Militar, tenente-coronel Fernando Augusto Alves Ferreira, informou que remanejou o bombeiro para exercer função interna. Esclareceu ainda que os fatos estão sendo apurados na seara administrativa da corporação e  que aguardam a sentença judicial sobre o caso.

 


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