Segundo a Secretaria Municipal de Belo Horizonte, em 2021 foram realizados cerca de 373 mil atendimentos por doenças respiratórias nos centros de saúde - um aumento de mais de 36% se comparado com o número de atendimentos no ano passado. "No momento, a situação da capital é de alerta para a população", informou a secretaria.
Apesar do aumento significativo no número de atendimentos nos centros de saúde, segundo a PBH, não foi registrado até o momento um aumento considerável nas unidades de urgência e emergência das UPAs, onde são atendidos os casos mais graves. Maria Geralda de Lima foi à UPA Leste, que fica no Bairro Vera Cruz, em busca de atendimento.
"Estou com muita dor de cabeça, tosse, nariz escorrendo e febre. Já tomei as duas doses da vacina contra a COVID. Acho que é gripe. Fui ao posto e me receitaram dipirona e paracetamol. Mas não resolveu, e hoje vim até a UPA", contou.
Ela é cozinheira e precisou faltar ao trabalho devido aos sintomas. Maria Geralda reclamou da demora para o atendimento. "Está muito cheio, muita gente tossindo. Cheguei às 11h40 e até as 15h não tinha sido atendida", complementou.
Ainda de acordo com a secretaria, a prefeitura está realizando uma vigilância dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) nos hospitais para monitorar não só o estado de saúde dos pacientes, como também qual é o vírus predominante na cidade. Os dados obtidos serão utilizados para prestar assistência aos pacientes e na elaboração de uma nova vacina, se necessário.
Em 2020, foram realizados cerca de 273 mil atendimentos por doenças respiratórias nos centros de saúde e, em 2021, foram cerca de 373 mil atendimentos - dados registrados até 14/12. No momento, a situação da capital é de alerta para a população.
"Nos dados, estão incluídos os diagnósticos referentes a gripes causadas por influenza e com outras manifestações respiratórias por vírus identificado e não identificado, além de pneumonias virais, infecções agudas não especificadas das vias aéreas inferiores, entre outros", informou por meio de nota.
Vacinação
Em Belo Horizonte, a vacina contra a gripe continua disponível em centros de saúde apesar do fim da Campanha de Vacinação. Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura indicada para garantir proteção de toda a população é de 90% e, por isso, o imunizante continua disponível. Até o momento, a cobertura vacinal contra a Influenza está em cerca de 75% na capital.
"Fiquei bastante assustado, alguns amigos e pessoas próximas a mim apresentaram sintomas da COVID, mas com os exames viram que era gripe mesmo, daí como já tomei minha segunda dose da COVID, decidi me proteger contra a gripe também", disse.
Ele contou que uma amiga também foi vacinar esta semana. "Falaram com ela que tinha muita vacina sobrando. Eu estava em dúvida se tinha alguma restrição de idade ou algo assim, mas ela me disse que era pra todo mundo, daí fui lá. Não costumo tomar a vacina da gripe todo ano, mas agora com o número dos casos aumentando eu decidi ir o quanto antes, já que as festas de fim de ano estão chegando, é muito importante a gente se proteger nesse momento", complementou.
A administradora Rachel Haas Gaetani, de 55, também foi ao Centro de Saúde Santa Rita de Cássia em busca da vacina da gripe. Ela disse que leu uma reportagem do Estado de Minas sobre o aumento dos casos e foi se prevenir. "Eu estava indo ao banco, mas, quando li a matéria, fui direto ao posto. Meu filho teve uma gripe muito forte, ficou isolado, com febre, todos os sintomas da COVID. Ele fez o teste e deu negativo. Logo que ele melhorar e o médico autorizar, ele também vai se vacinar", aponta.
Ela acredita que é importante uma divulgação mais extensiva por parte da administração municipal.
Questionada se haverá necessidade de uma nova dose da vacina de gripe para quem já se vacinou, a PBH disse ''que a campanha é anual. A definição de data de realização da campanha, assim como o público prioritário, são definidos pelo Ministério da Saúde'.'
O surto da gripe é registrado em pelo menos cinco estados brasileiros e os cuidados devem ser redobrados. As recomendações de cuidados seguem as que já estão sendo adotadas para conter o coronavírus, como uso de máscaras, limpeza das mãos e evitar aglomeração.
Outras capitais
Além de São Paulo e Rio de Janeiro, Espírito Santo, Salvador (BA) e Rondônia (RO) confirmaram nessa quarta-feira (15/12) o crescimento nos atendimentos de pessoas com sintomas da Influenza em postos de saúde. Na capital paulista, os casos de atendimento por problemas respiratórios já superaram as suspeitas de Covid-19 somente nos primeiros dias do mês. Foram 46.557 casos de problemas respiratórios e 45.325 suspeitos de coronavírus.
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