O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), mencionou a flexibilização gradual das atividades econômicas como prova da eficácia e da importância da vacinação antiCOVID-19. Nesta quinta-feira (16/12), em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, ele disse que a imunização coletiva é fundamental como forma de dar apoio a empreendedores que, por muitos meses, precisaram manter seus negócios fechados.
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O prefeito teceu críticas às pessoas que, deliberadamente, ainda não procuraram casas de saúde para tomar as doses de um dos imunizantes que protegem contra a COVID-19.
"Temos casos de filho que mata mãe, de cara que matou irmão. Temos todo tipo de boçalidade pensada e imaginada na humanidade, porque dizem que o ser humano é o pior animal do mundo. Mas, como diz a propaganda dos Médicos Sem Fronteiras, é o único animal que pode salvar outro animal. O direito de não se vacinar tem que ser colocado entre aspas, porque o meu direito não pode agredir o seu", comparou.
Críticas à postura de Bolsonaro
Nesta quinta, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), publicou nas redes sociais um vídeo em que um homem não identificado afirma, sem provas, que os imunizantes contra o coronavírus são chamados de "porcaria".
O prefeito belo-horizontino não poupou críticas ao gesto. "Esse cara que fala que a vacina é uma porcaria provavelmente não perdeu a mãe, o pai, o irmão, ou o amigo. Coincidiu que isso não aconteceu em torno dele. Mas quem perdeu (sente a dor)".
Na visão de Kalil, vozes contrárias à vacina não podem ser encorajadas pelo presidente da República. É uma pena que, diante de '600 e tantos mil' mortos, mais de dez guerras do Vietnã (em número de óbitos), a postura oficial seja essa. É muito ruim. É não entender o sacrifício de quem fechou bar, restaurante ou shopping, de quem perdeu emprego. É não se sentir no lugar de um povo que ele foi eleito para proteger", disparou.
Visitas para mapear não vacinados, mas com dados de app preservados
Durante todo este mês, agentes comunitários de saúde (ACS) visitarão residências nas nove regionais da cidade para coletar dados acerca da cobertura vacinal. Durante as visitas, os profissionais de saúde vão orientar e sensibilizar os moradores sobre a importância de buscar a imunização completa.
Para a vacina de febre amarela, serão avaliadas pessoas a partir dos 9 meses de idade. No que tange às injeções contra a COVID-19, serão levadas em conta informações de habitantes acima dos 12 anos.
O método adotado será o de amostragem. Portanto, nem todos os moradores serão abordados. As equipes vão anotar nome, endereço e telefone dos cidadãos visitados para que o centro de saúde da área verifique no sistema se há registro de doses das vacinas para as duas enfermidades. Se houver necessidade, representantes dos postos vão entrar em contato para agendar as imunizações.
Paralelamente, mesmo em meio ao "apagão" nos dados do Ministério da Saúde, a prefeitura garante não ter ficado no "escuro" sobre o cenário da situação da pandemia. No Rio de Janeiro, por exemplo, o governo do estado tem dificultado a divulgação de informações atualizadas sobre casos graves da infecção viral.
Segundo Kalil, um contato com Jackson Machado Pinto, titular da pasta de Saúde, foi suficiente para garantir alívio. "Quando caiu (o sistema do SUS), liguei para o secretário municipal de Saúde e falei: 'E agora?'. E agora nada, porque está tudo aqui dentro da Secretaria Municipal de Saúde, porque a gente faz o backup direto. Então isso não afetou o controle da prefeitura".
O mais recente boletim da COVID-19 em BH aponta que 75,4% dos cidadãos receberam as duas doses ou a injeção solo da Janssen.. Ainda conforme a Saúde municipal, 95% da população tem a proteção necessária contra a febre amarela.