O esquema vacinal completo contra a COVID-19 já se mostrou eficaz para conter a propagação e reduzir casos graves da doença. De acordo com dados informados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), até o momento, pelo menos 41 cidades já atingiram o percentual de 100% de cobertura vacinal de segunda dose ou dose única dos moradores com 12 anos ou mais de idade, que, por enquanto, formam o grupo elegível para a vacina. Quem trabalha no dia a dia em busca de conscientizar a população desses municípios comemora os resultados e já concentra esforços na campanha da terceira dose (D3), de reforço.
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Veja o boletim de casos e mortes por COVID-19 desta quinta-feira (16/12)Kalil defende vacina ao citar BH reaberta: 'Não é obra do Espírito Santo'Anvisa aprova vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos, com dose pediátricaServidora da SES tem punição revisada em caso de "fura-fila" da vacinaBH faz hoje repescagem da segunda dose para adolescentes de 12 a 17 anos Belo Horizonte aplica segunda dose em quem tomou vacina da JanssenQUELUZITO
A pequena cidade de Queluzito, com média de 2 mil habitantes, foi uma das últimas a registrar infecção por coronavírus e hoje consegue ser uma das primeiras a ter toda população vacinada. “É uma cidade pequena, então não é tão difícil. Foi mais difícil no começo porque havia poucas doses e alta procura, mas por ser pouca população, conseguimos atender a todos”, explica a secretária de Saúde, Lucimeire Pereira da Silva. “Também pudemos contar com um esforço muito grande das equipes, mas a própria população já se conscientizou disso.”
CAPITÓLIO
Com o turismo em ascensão, Capitólio, no Sul de Minas, tem orgulho em dizer que a saúde é essencial, principalmente para dar exemplo aos visitantes, como explica o prefeito Cristiano Geraldo da Silva. “Pra gente é um orgulho muito grande atingir esse número. Não foi fácil, passamos por alguns problemas porque Capitólio cresceu muito populacionalmente nos últimos anos”, confidencia.
O gestor municipal ressalta que os problemas foram superados com esforço coletivo. “Fizemos um trabalho muito sério, os profissionais se dedicaram. Foi um trabalho de divulgação para que todos pudessem tomar as vacinas. Hoje nos dá muito orgulho ver esse resultado. Agora aguardamos passar por essa pandemia logo”, acrescentou.
RIO PARANAÍBA
Divulgação foi a chave do sucesso para Rio Paranaíba, no Alto Paranaíba. Além de ampla divulgação pelas redes sociais e rádios da cidade, a prefeitura colocou até motociclista com som de alerta sobre a importância da imunização. “Foram momentos difíceis, mas tentamos conscientizar toda a população que a vacinação nesse momento seria a nossa melhor arma. Com a colaboração imensa dos agentes de saúde que se desdobraram, conseguimos atingir essa meta de 100%”, explica a secretária de Saúde, Márcia Elaine Silva.
ITAPECERICA
“Atingir esse patamar nos traz uma grande alegria por esse período muito complicado que nós temos vivido com a pandemia”, conta Lara Dias, secretária de Saúde de Itapecerica, no Centro-Oeste de Minas. Por lá, a divulgação foi pesada e ainda exigiu um forte esforço para atingir a população da zona rural. “Nós realmente nos debruçamos nessa campanha. Tivemos uma equipe em vigilância em saúde muito dedicada que não mediu esforços para encontrar soluções que a logística fosse o mais eficiente possível”, acrescenta.
Outros desafios enfrentados pelo município são os trabalhadores de cidades vizinhas que trabalham na cidade e formaram um novo público de vacinados. Por outro lado, ainda tem os moradores de Itapecerica que trabalham em outras cidades. Para atendê-los, a campanha funcionou até aos finais de semana. Outra ação que contribuiu foi a realização de repescagens para as pessoas que perderam a data da vacina – atitude que deve continuar na fase de terceira dose. “Percebemos que completando os grupos de vacinação, nosso número de casos de COVID-19 diminuiu muito. Fica por muitos dias zerados e quando surge é sem agravamento”, afirma a secretária de Saúde.
SANTO ANTÔNIO DO RIO ABAIXO
Campanha para levar informação também foi regra em Santo Antônio do Rio Abaixo, na Região Central do estado. “É um número a ser comemorado. Para a gente foi um desafio. Tivemos que fazer uma busca ativa da população, mas correndo atrás a gente conseguiu todos”, diz satisfeito o secretário de Saúde José Adelson Santos. A cidade registrou duas mortes durante a pandemia e todos os outros casos foram controlados. “Nosso trabalho foi pesado de divulgação desde o início da pandemia. Com a vacinação, também fomos em casa para atender os idosos e acamados. O sucesso é divulgar informação”, conclui.
ALAGOA
Em Alagoa, no Sul de Minas, mesmo com 100% de vacinados, a prefeitura já comunicou o cancelamento dos eventos públicos oficiais durante as comemorações do Réveillon de 2022 “diante do cenário ainda incerto em relação ao desenvolvimento da pandemia do novo coronavírus e devido ao surgimento de uma nova cepa que pode ser resistente à vacina”, informou em comunicado, que acrescenta: “Pedimos a compreensão de todos diante desta medida, ainda necessária, para resguardar a saúde e a vida de nossos cidadãos alagoenses.” *Estagiário sob supervisão da subeditora Rachel Botelho
Julgamento do passaporte é interrompido
O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), interrompeu, ontem, o julgamento que vinha sendo travado no plenário virtual sobre a exigência do passaporte de vacinação contra a covid-19 para passageiros internacionais entrarem no Brasil. Ele apresentou um pedido de destaque para levar a análise ao plenário presencial – o que só deve ocorrer em 2022, já que esta é a última semana de trabalhos antes do recesso do Judiciário. Para a nova votação, o tribunal estará com a composição completa: o novo ministro, André Mendonça, segundo indicado do presidente Jair Bolsonaro, foi empossado ontem. Os ministros já tinham formado maioria para exigir o comprovante de imunização dos viajantes, mas com o pedido de destaque, o julgamento precisa ser retomado. Com isso, fica valendo a liminar do ministro Luís Roberto Barroso, relator do processo, que tornou obrigatório o passaporte da vacina.
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Guia rápido explica com o que se sabe até agora sobre temas como risco de infecção após a vacinação, eficácia dos imunizantes, efeitos colaterais e o pós-vacina. Depois de vacinado, preciso continuar a usar máscara? Posso pegar COVID-19 mesmo após receber as duas doses da vacina? Posso beber após vacinar? Confira esta e outras perguntas e respostas sobre a COVID-19.