Uma mulher de 74 anos, acusada de tentar matar o marido há 10 anos, foi condenada a seis anos de prisão em regime fechado, nesta sexta-feira (17/12), no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte.
Ela vai aguardar recurso em liberdade. Além disso, tanto a defesa quanto a acusação já manifestaram que, após o trânsito julgado da sentença, vão pedir a prescrição do crime, pois a acusada tem mais de 70 anos de idade. Nesse caso, os prazos prescricionais são reduzidos pela metade.
O julgamento começou na manhã desta sexta-feira, no II Tribunal do Júri. O conselho de sentença era formado por 7 mulheres.
No interrogatório, a acusada, cadeirante, contou que era agredida pela vítima constantemente. Segundo ela, eram agressões físicas e verbais.
A mulher afirmou que, no dia do crime, os dois estavam discutindo e o marido a ameaçou com um vidro de álcool na mão. Durante a briga, ela pegou um isqueiro (era fumante), pegou o álcool das mãos dele e jogou o líquido no marido. Logo depois, acendeu o fogo.
A acusada contou ainda que o marido já havia, em outra ocasião, jogado álcool nela e ameaçado botar fogo.
Acusação
Segundo a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), na madrugada de 20 de abril de 2011, Isabela Maria Lopes, “com vontade de matar”, ateou fogo ao marido. O homem, que tinha 49 anos na época, só sobreviveu porque foi socorrido por policiais e militares do Corpo de Bombeiros. O crime aconteceu no Bairro Milionários, Região do Barreiro.
Na época, a Polícia Militar (PM) informou que ela usou álcool para queimar a vítima. Mesmo com o corpo em chamas, ele tentou correr para o chuveiro, mas foi impedido por ela e ainda agredido com uma paulada na cabeça. Com queimaduras de 1º e 2º graus e traumatismo craniano, o homem foi levado ao Hospital João XXIII. A mulher também precisou de atendimento médico.
Também na época, a informação era de que o crime teria sido motivado por maus tratos da vítima contra a agressora, no entanto, o MPMG entende que o caso ocorreu por “insatisfação da denunciada com o fato de o ofendido ter contraído um empréstimo para ajudar uma colega de trabalho”. O órgão destaca que o crime foi praticado com emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
A mulher aguardava o julgamento em liberdade.
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria