“Minha vida é esta: subir Bahia, descer Floresta”. A célebre frase do cronista e compositor mineiro Rômulo Paes é mais que um verso ou referência geográfica para os belo-horizontinos. É uma memória afetiva para quem mora na capital, sobretudo quem vive no Bairro Floresta, um dos mais antigos de BH.
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Existem pelo menos três hipóteses sobre a origem do nome Floresta. A primeira delas dá como referência um hotel de mesmo nome que data da construção de BH.
A segunda tem relação com um bar. O bairro seria uma referência ao Botequim Floresta, que ficava perto da estação central do metrô.
A última hipótese é de que o nome está relacionado às chácaras que produziam grande parte dos alimentos vendidos na cidade recém-construída.
Mirante da Sapucaí
É no Bairro Floresta que fica a famosa Rua Sapucaí. A principal estação de metrô de Belo Horizonte, a Estação Central, tem uma saída para a rua, por meio das famosas escadas coloridas.
O endereço faz parte do limite físico do bairro e nos últimos anos se tornou um dos locais de maior encontro de jovens em BH. Antes disso, a rua era quase deserta, mas atualmente, a via tem aproximadamente dez restaurantes e bares.
Uma das contribuições para o levante do movimento por lá é o Circuito de Arte Urbana (CURA). Uma reunião de artistas foi responsável por pintar murais nos prédios do Centro da cidade e surgiu então o primeiro Mirante de Arte Urbana do mundo. É uma visita obrigatória para quem mora ou está de passagem pela cidade.
Celebridades do Bairro Floresta
E foi na Floresta que moraram grandes escritores como Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) e Pedro Nava (1903-1984).
Os dois eram companheiros no Grupo do Estrela, um núcleo modernista formado por jovens literatos que se reuniam no famoso Café Estrela na BH dos anos 1920.
A amizade foi tão significativa que ganharam uma estátua em bronze localizada na esquina das ruas Goiás e Bahia, no Centro de BH – a um quarteirão do monumento a Rômulo Paes, que homenageia o escritor e compositor mineiro, autor da frase gravada no monumento, que diz: “A minha vida é esta, subir Bahia e descer Floresta”.
Lazer no Floresta
A Praça Comendador Negrão de Lima é um local de encontro dos moradores do bairro Floresta. É por lá que os vizinhos se encontram em meio a prática de atividades físicas, descanso e lazer.
A área verde recebe um grande fluxo de pessoas diariamente, principalmente na parte da manhã, representando um ponto de referência no bairro. Além disso, o espaço tem importante valor histórico.
De acordo com a Diretoria de Patrimônio Cultural, Arquivo Público e Conjunto Moderno da Pampulha, da Fundação Municipal de Cultura, da Prefeitura de Belo Horizonte, a praça foi tombada em 10 de agosto de 1996, no âmbito da proteção do Conjunto Urbano Bairro Floresta, por sua importância paisagística e simbólica, e seu nome se deu em homenagem ao Comendador Negrão de Lima, pai do ex-prefeito de Belo Horizonte Otacílio Negrão de Lima.
Durante a noite ocorre encontro de cães, organizado pela comunidade. Ao longo do ano a praça também vira palco para eventos culturais, como shows, peças de teatro, ensaios de bandas e danças.
Todas as sextas-feiras, das 18h às 22h, ocorre uma feirinha com comidas típicas e artesanato, que possui aproximadamente 15 barracas. E em fevereiro, o local recebe muita gente com glitter e máscara para celebrar o carnaval.
Sete fatos sobre o Bairro Floresta:
- O bairro está relacionado com a construção de Belo Horizonte. A cidade foi planejada e sua construção finalizada em 1897
- É a vizinhança mais antiga da região, sendo a primeira residência dos operários da comissão construtora da capital: a Casa do Conde
- O local começou a se desenvolver a partir de 1905, com a chegada do bonde, fomentando o comércio
- Em 1930, o comércio se desenvolveu ao redor da Avenida do Contorno e da Av. Assis Chateaubriand
- O Viaduto Santa Tereza foi construído em 1929 e tombado como Patrimônio Histórico Municipal na década de 90. Ele liga o Centro aos bairros da região
- Há 111 bens tombados no bairro Floresta. Alguns são tombados pelo IEPHA, outros por instância municipal
- A Bombons Lalka foi a primeira fábrica de doces de Belo Horizonte, fundada em 1920
Sabia Não, Uai!
O Sabia Não, Uai! mostra de um jeito descontraído histórias e curiosidades relacionadas à cultura mineira. A produção e apresentação são feitas pela repórter Déborah Lima, que conta com o apoio do vasto material disponível no arquivo de imagens do Estado de Minas, que inclui ainda as publicações dos extintos Diário da Tarde e revista O Cruzeiro.
O conteúdo oferece um olhar único e com propriedade sobre a história de Belo Horizonte e de Minas Gerais desde a década de 1920.